Pegar na caneta...
Escrever. Para que te quero a ti, ó escrita? Um bloco de papel, um lápis na mão. Uma folha em branco; u m infinito de possibilidades e o desejo de uma escrita que seja luz: l uz para mim, clarividência, revelação. Sensações, sortido de cores, cheiros, movimento. Por detrás de tudo há um mais-além, há todo um mundo a explorar. E olhar isso com os olhos de dentro ; p orque os olhos de fora só reflectem como o espelho - mas os de dentro são ressonância. A vida é rica. Imensamente rica. Tudo é rico. Basta que nos entreguemos ao mistério do dom da vida. Basta?! Do mistério das coisas, nada se alcança com a lupa. Para o mistério das coisas é preciso um olhar diferente: u m olhar inebriado, uma loucura sem vergonha. Para perscrutar é preciso parar. Respirar. Criar. Criar o próprio olhar. Porque os olhos com que vemos não são apenas registo, s ão a cadência do nosso próprio mundo, que respiga no reverberar da nossa alma. Eles s ão caixa de res...