Cega, surda e muda. Assim ficou Helen Keller nascida em 1880, saudável, depois de aos dezasseis meses adoecer com febres muito altas. Certo dia passeava com a sua tutora, Anne Sulivan. Quando passaram por uma fonte Anne pôs a mão de Helen debaixo de um fontanário que jorrava água fresca. Ao fazer isto, escreveu, letra a letra, com um dedo seu a palavra W A T E R na palma da mão de Helen. Ela sentiu uma alegria imensa ao poder relacionar as duas coisas. Sentiu prazer nessa relação, sentiu prazer por essa ligação que se fizera. Atribuiu sentido a essa acção e, a partir dali, não mais parou. Nesse dia aprendeu 30 palavras.
Uma rainha em peregrinação
Estávamos no ano do Senhor de 1325. Por entre o calor da campina, a modos de promessa, por entre um séquito silencioso, avançava curvada e incógnita Isabel de Aragão, a Rainha. Seu marido, velho e agastado pelas longas guerras com os seus dois filhos Afonsos, morrera nesse Inverno. Entristecida pela morte de D. Dinis, a quem se devotara desde praticamente a sua infância, Isabel partia em peregrinação ao túmulo do Apóstolo, em Santiago de Compostela. O amor de mulher e rainha levava-a a carregar no coração o peso de uma vida, a dum homem de acção, generoso e enérgico, mas tantas vezes desviado pela intrepidez e o sobressalto, a ponto de poderem fazer dele um homem vingativo. Por isso, como consorte do Reino de Portugal e do Algarve, era importante ir rezar ao túmulo do Apóstolo, encomendando a alma de seu marido, o falecido Rei. O amor ao seu Senhor de sempre, Àquele que transcende a morte, superior a todos os príncipes e potestades, levá-la-ia a se prost...
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