Ser mulher hoje
Alexandr Solzhenitsyn
disse que a sociedade ocidental carece de coragem.
Vivemos
tempos únicos. O capitalismo chegou a todo o lado, venceu o comunismo que tanta
destruição e sofrimento trouxe ao mundo. O grande desafio das nossas sociedades
é construir um mundo de paz, de cooperação, de entendimento. No entanto,
vivemos com muitas crises e o mundo é feito ainda de muita dor.
Provavelmente
o mundo e as nossas sociedades sempre serão feitos de dor. A condição humana é
viver na imperfeição, na incompletude. O próprio diálogo humano é difícil,
tolhido por muitos obstáculos, por muita desconfiança.
Damos
graças a Deus por viver no Mundo Ocidental, por partilharmos valores de
liberdade, de livre iniciativa. É isso que nos torna uns privilegiados: saber
que podemos escolher como pretendemos viver, como pretendemos orientar a nossa
vida. A União Europeia, com todos os seus defeitos, com a lentidão das
super-estruturas, é, apesar de tudo, um compromisso de cooperação, onde pelo
menos na teoria se pretende edificar um espaço de liberdades. Nascer e crescer
na União Europeia, é portanto, apesar de tudo, um privilégio.
Mas
nascer e crescer na União Europeia, como mulher, é, na prática, uma
particularidade que acrescenta dimensão ao ser europeu. Sabemos que noutros
campos culturais, nascer e crescer mulher é um estigma. Não deveria ser
privilégio, nem nos podemos considerar privilegiadas por pertencer à Europa por
essa razão, mas a verdade, é que mulheres nascidas noutros quadrantes
culturais, não são cidadãs de 1.ª.
Na
Europa, a Chanceler Merkel soube enfrentar crises e tem sido um bastião de
coragem e de luta pela dignidade humana. A sua defesa dos refugiados é um
exemplo extraordinário da presença de valores humanitários na condução
política. Rainhas como a Rainha da Holanda ou da Rainha de Inglaterra, ou
exemplos como Margareth Tathcher são elucidativos do papel que a mulher por ter
publicamente na sociedade ocidental.
Não
sei se a mulher tem uma maneira diferente de estar na sociedade. Tivemos
grandes líderes homens. Pessoas que lutaram por um mundo justo, de respeito
pela liberdade. Churchill, de Gaulle, são dois exemplos notáveis.
As
mulheres, durante muito tempo estiverem acometidas a planos mais discretos de
acção, na vida privada. Foram os garantes da estabilidade familiar, da sua
coesão. Não deve ser descurado, ainda hoje esse seu papel. As famílias não
prescidem das suas mães.
Algumas
mulheres, no mundo, transcenderam o papel a que tradicionalmente as mulheres
estavam associadas. Vemos actualmente Malala, a jovem inteligente que apela à
educação, vemos Aung San Suu Kyi e a sua coragem na Birmânia.
No
mundo islâmico, tomados por muitos radicalismos, tememos pelas mulheres.
Mulheres mutiladas em África, raptadas e violadas, que tristeza para o mundo e
que revolta provocam em nós.
O mundo mudou terrivelmente. Nunca como hoje há tantas mulheres licenciadas. Muito diferente da geração das nossas mães, mais ainda da geração das nossas avós. E no entanto, sabemos o quão importante foi o legado que nos deixaram. Assim, como conciliar tudo?!
Liderança.
O que é? Liderança de mulheres o que é?!
Ser
pessoas completas. Integradas.
Que
não se satisfazem com a mediocridade.
Como
ser mãe, hoje? Será que as empresas toleram que uma pessoa seja mãe? Sabemos
que a partir duma certa altura as mães deixam de conseguir competir com os
homens. Temos exemplos de líderes políticos que são mães. Devemos guardar esses
exemplos. A riqueza de vida é sempre importante para a sociedade.
Não
precisamos apenas de pessoas que saibam resolver questões técnicas. Precisamos
de pessoas com capacidade de análise, com maturidade, com responsabilidade, com
atenção ao detalhe.
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