Tivoli, Memorias da Avenida
Há uma herança que os que nos precederam deixaram e que é tão importante quanto as coisas físicas que nos passaram. Uma forma de estar e de cuidar do mundo, de olhar para e por ele. É um património imaterial, se quisermos "espiritual". O livro "Cinema Tivoli, sobre a história de mais de 50 anos desta sala emblemática de Lisboa, é uma homenagem sentida - e agradecida - a tantos que foram "humildes servidores" da beleza e das artes. Antes de mais aos artistas, àqueles que fizeram sonhar, tornando as vidas daqueles que assistiram aos seus espectáculos, nem que seja por alguns instantes, lugares habitados pela poesia. Na efemeridade dum espectáculo somos por vezes visitados pelos anjos. Lembremo-nos do filme "Rosa Púrpura do Cairo", de Woody Allen, em que acontece o impossível: a espectadora entra para dentro do filme, impulso que muitas vezes é o nosso, mas que, na realidade, se torna a metáfora por excelência de toda a grande obra de arte. Men...