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Os nossos líderes

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1. Extraordinário o nosso último encontro na Ferin sobre Empreendorismo! Um encontro feliz numa mesa entre 4 pessoas que tornaram a nossa ida muito proveitosa. Leonardo Lopes da Silva, Marco Galinha, Carla Branco, e Pedro Rocha Vieira. O Leonardo, um tipo valioso, trabalhador, incansável, completo como me dizia o Sebastião. É uma pessoa que tanto percebe de literatura como está a par das mais avançadas tecnologias. Preparou bem a sessão, geriu bem a conversa. É o que se chama uma pessoa empenhada. O Marco chegou cedo. Fisicamente poderia ser um alemão - pelo aspecto e pela hora diríamos que é um alemão. Uma pessoa atenta, capaz, de muito boa cabeça e generoso: um líder que parece ser o primeiro a fazer o que diz deve ser feito. Uma pessoa também de convicções e que pensa por si. Gostei do que disse e da forma como o disse. Livre, não tem um discurso de clichés como tantos. Acha que temos bons governantes, que dão o melhor que sabem. Vê-se que ama Portugal, não deixando de ser ta...

Sintonia e desintonia

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Sabe bem quando estamos sintonizados com o espaço à nossa volta. Há dois fins-de-semana estive sintonizado com uma voz magnífica e mítica: a voz da BBC Vida Selvagem. Sentado à mesa do Restaurante do Hotel Josefa d'Óbidos com Eduardo Rêgo (a voz da BBC Vida Selvagem), tive ainda por convivas duma excelente refeição pelo manjar e pela conversa um empreendedor notável chamado Marco Galinha (empresário e vice-presidente da ANJE), Miguel Silvestre do Parque Tecnológico de Óbidos, Paula Carvalho, psiquiatra e o dono do hotel e Presidente da Associação Obidos.com, Carlos Martinho. Um grupo diversificado, que não se conhecia, e que conseguiu em uma hora criar uma verdadeira sintonia/sinfonia entre si. Quando as pessoas são assim, disponíveis para se escutar entre si e pôr-se a con-versar, a pôr a versar as palavras, é magnífico.  É interessante porque nem sempre se cria assim ambiente.  Não sei se é por ser Óbidos e haver uma comunidade interessada em debater com seriedade. ...

Diversidade Económica e Inovação em Lisboa

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Cidades resilientes têm economias mistas e heterogéneas. Com a viragem para o séc. XXI, Portugal viu-se atingido por uma grave crise económica, agravada em 2008 pelo contexto internacional… Com um Sector Público que concentra mais de ¼ da população activa, a cidade de Lisboa, capital de Portugal, deveria fazer um esforço por dar o exemplo ao País duma dinâmica mais virada para ajudar a Sociedade Civil a ultrapassar as suas dificuldades, num horizonte que embora mais satisfatório hoje, ainda não nos permite baixar os braços. O modelo napoleónico de uma Administração Pública muito centralizada e burocratizada, vê ainda reflexos em sectores pouco eficientes como é o do universo da Segurança Social, onde processo s relacionados p.e. com a obtenção de bolsas de estágios deixa muito a desejar. Como avaliar a interacção do Sector Público com a sociedade e de que forma temos uma Administração Pública amiga dos investidores?  P ese a emigração sem precedentes dos nossos jov...

Padre Dâmaso Lambers

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Obrigada, padre Dâmaso* Só é difícil explicar o que é um Santo aos que nunca tiveram a sorte de muitas vezes e ao longo de vários anos tomar o pequeno almoço ao lado do padre Dâmaso Lambers, que morreu esta quinta-feira, aos 87 anos. Quem o conheceu ficou a saber que “Jesus é fantástico!” e que a sua presença real na Eucaristia, “ainda é mais fantástica”! Quem o conheceu, quem ele tratava independentemente da idade como “ó minha menina” e “ó meu menino” sabia que o Padre Dâmaso era “muito feliz”! Ele repetia-o vezes sem conta: “sim, muito, muito feliz” porque nas suas mãos via a maravilha de trazer “um pouco do céu para oferecer a cada um e a cada uma na terra” e essa maravilha era a causa da sua imensa felicidade. Só é difícil explicar o que é um Santo aos que nunca tiveram a sorte de muitas vezes e ao longo de vários anos tomar o pequeno almoço ao lado dele. Acho que os companheiros do Companheiro (obra de recuperação de reclusos que fundou e que nos deixa…) também parti...

Crónica do Tempo que Passa

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1. Na Parábola do Filho Pródigo, há que perceber a figura do filho fiel. Afinal, ele sempre se portou bem, sempre esteve ao lado de seu pai. Todos compreendemos e sentimos a sua indignação quando seu pai recebe o filho dissoluto com um abraço terno e chama os criados para lhe porem um anel e o o vestir com as melhores roupas. A Misericórdia de Deus é um enorme mistério! Nesta discussão à volta do lugar dos recasados na Igreja, voltei a pegar no livro de Henri J. M. Nouwen, "Meditações à Volta dum Quadro de Rembrandt". Na corrida para o Senhor, não há vencidos. Há só o grande encontro com o Senhor que nos recebe, se o quisermos, e que nos poisa a mão calejada da responsabilidade e do trabalho de um pai e a mão da ternura e doçura duma mãe. Ele reconhece cada um como um pai e aceita cada um - como só uma mãe o faz.  2. Ontem, fui ver o filme "O Quadrado". Há uma semana vi o documentário "Olhares, Lugares". São dois filmes muito actuais, que falam...

Em busca do Leopardo perdido

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Aquele que um dia escreveu que é “preciso que tudo mude, para que continue tudo na mesma” disse que o seu romance Leopardo nasceu porque precisava da memória da sua Sicília antes dos bombardeamentos da Segunda Grande Guerra. Com a destruição de Palermo, corria o risco de perder a sua identidade. Das pedras que se põem a falar, José Sarmento Matos, ressuscita as pessoas que lá viveram, e restora-nos a um tempo e a uma cidade que se foi esquecendo por entre camadas que se sobrepuseram. Despontam é evidente, manifestações desses tempos: a Sé de Lisboa, a Cerca Fernandina, o Castelo, o Convento do Carmo, entre tantos outros edifícios. Nesta Lisboa que é um cenário montado junto ao Tejo, sobre-elevado em colinas ondulantes, o antigo e o novo convivem lado a lado. Uma cidade heterogénea, de traçados antigos mas também de boulevards modernos que, tal qual secções de pista de comboios de Natal, se associou àquilo que, de tempos imemoriais, se construíra nessas colinas. Uma cidade que nas...

Ser pelos valores, ou ser pelos interesses

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Creio que vivemos profundamente desintegrados. Enquanto proclamamos a moral, continuamos a agir como se ela não existisse. No mundo das empresas, o mais das vezes reina apenas a procura do lucro, sendo que o bom profissional é aquele que tem um desempenho mais eficiente e que traz resultados. Nunca vemos uma empresa como uma unidade orgânica, enraizada na sociedade, com responsabilidades. O primado vai antes para o desempenho. Neste Natal conversei um pouco com o João, que é médico. Estava eu a dizer-lhe que talvez como em nenhuma outra profissão se viva hoje no confronto entre a humanismo e o utilitarismo como na profissão médica: como poder avaliar o acto médico se o critério é o da eficiência? O que é a eficiência considerada em termos médicos? É curar a pessoa? É curar a dor? É curar a doença? No passado, se calhar, seria curar a pessoa. O médico era um alquimista. Era um sábio.  Comecei por dizer que vivemos profundamente desintegrados. Vivemos assim porque em sociedade ...