Os nossos líderes

1. Extraordinário o nosso último encontro na Ferin sobre Empreendorismo! Um encontro feliz numa mesa entre 4 pessoas que tornaram a nossa ida muito proveitosa. Leonardo Lopes da Silva, Marco Galinha, Carla Branco, e Pedro Rocha Vieira.

O Leonardo, um tipo valioso, trabalhador, incansável, completo como me dizia o Sebastião. É uma pessoa que tanto percebe de literatura como está a par das mais avançadas tecnologias. Preparou bem a sessão, geriu bem a conversa. É o que se chama uma pessoa empenhada.

O Marco chegou cedo. Fisicamente poderia ser um alemão - pelo aspecto e pela hora diríamos que é um alemão. Uma pessoa atenta, capaz, de muito boa cabeça e generoso: um líder que parece ser o primeiro a fazer o que diz deve ser feito. Uma pessoa também de convicções e que pensa por si. Gostei do que disse e da forma como o disse. Livre, não tem um discurso de clichés como tantos. Acha que temos bons governantes, que dão o melhor que sabem. Vê-se que ama Portugal, não deixando de ser também uma pessoa de olhar global. Tocou em algumas feridas: como é possível termos um taxa de esforço no IRS tão grande quando se pretende aumentar a natalidade: como será possível uma pessoa ter 5 filhos a pagar tanto de impostos?! 
Inveja, a última palavra dos Lusíadas... somos bons mas cuidado com a inveja! A marca Portugal está a dar cartadas lá fora! Boa!

A Carla Branco. Socióloga. Optimista do princípio ao fim da conversa. O que me parece muito salutar. Desse olhar de socióloga ficou-me a sua capacidade de leitura: o empreendorismo não é uma moda, ele está no mais íntimo da natureza humana que é dar sentido à nossa vida. Se há uma incubadora para pessoas com mais de 65 anos isso faz sentido porque as pessoas sentem essa necessidade. Mais do que o empreendorismo, ficou-me dela a insistência na criatividade: ela é inerente ao ser humano e talvez ela ajude as pessoas a tornarem-se mais humanas. O seu trabalho de ajudar outros a desenvolver não é fácil. A parte comportamental é importante, a atitude de resiliência que as pessoas têm que ter para enfrentar as dificuldades num País ainda muito desconfiado. Falava no início da sessão com o seu marido, o Filipe Montargil e ele dava-me conta do espírito desconfiado e tacanho de muitas pessoas quando tentaram abrir um projecto nas Gaieiras.

Lisboa como dinamizador do nosso País. 37% da nossa economia. A inovação que se sente por todo o lado, como na Freguesia de Benfica, onde se lançou uma incubadora. Na assistência estavam convidados dela. Seriam da Freguesia de Benfica? Foi pena não terem falado...
Bons projectos dos nossos empreendedores,

Pedro Rocha Vieira. Um bom enquadramento da condição geo-estratégica de Portugal - ou não fosse ele filho dum general. Beneficiámos da instabilidade do Norte de África, dos problemas em França. Deu uma resposta muito interessante: o "brain drain" está a inverter-se.

2. Portugal. Hoje estive na Assembleia Geral da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. Bruno Bobone parece ter dotado esta instituição com 180 anos de história dum grande dinamismo. A sala estava cheia. Vasco Pinto Basto - velha família Pinto Basto, família de tradição nos negócios - dizia que agradecia a participação das pessoas. As pessoas riram-se. Mas Bruno Bobone explicou: "a participação com a adesão das pessoas à Assembleia é muito boa". Disse que era muito triste quando ninguém aparece e que se está a falar para o "boneco". Os Portugueses têm esta coisa: a sua presença é reveladora. Quando as coisas correm bem não é preciso dizer-se muito. Basta a presença. Bravo Portugal - e bravo aos nossos líderes!     
     


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