Alguns dizem que a Educação é cara, mas perguntem quanto custa a Ignorância

Há não mais de 10 dias publiquei um post sobre a questão de Área de Projecto, mal sabia eu que ía acabar...

Fui professor desta disciplina - não tenho nada que me faça querer prender-me à sua defesa ou à sua crítica -, mas sei de que é que se trata quando se fala nesta "área disciplinar, não curricular".

O Ministério da Educação fala em ineficácia para pôr cobro a ela.

Muito bem, em 2001 foi criada esta inovação no currículo, juntamente com Estudo Acompanhado e com Formação Cívica. Confesso que não sei a razão para a sua inclusão então, mas não posso deixar de concordar com ela.

O nosso mundo actual já não se compadece com um ensino academicista e de transmissão unlinear. A realidade é uma realidade complexa, as fontes de informação múltiplas, a profusão de valores e atitudes diferentes se não mesmo contraditórias, é enorme. Hoje é importante ter atitude crítica, não se contentar com se ser mero receptáculo de informação.

Neste sentido, pede-se a cada estudante que desenvolva a capacidade de pensar por si, de pesquisar, de procurar informar-se.

O Estudo Acompanhado, que parece também vai desaparecer, dava ferramentas muito úteis aos alunos. Penso que é fundamental ter-se métodos de estudo, e esta disciplina, se for bem dada é isso mesmo. É fundamental o meta-conhecimento, saber como se aprende a aprender.

A Área de Projecto vai também ao encontro dessa necessidade de aprender a aprender, o que não se faz hoje também sem o apelo ao colectivo, sem o apelo ao trabalho de grupo: saber pesquisar, distribuir tarefas entre os diferentes membros da equipa, apresentar oralmente perante a turma o resultado. É o que todos terão que fazer um dia mais tarde onde quer que trabalhem. "De pequeno se torce o pepino".

Se foram razões orçamentais que estão por detrás desta medida é pena... corta-se justamente onde se devia apostar. 
No outro dia vi esta frase: "alguns dizem que a Educação é cara, mas perguntem quanto custa a ignorância".

Podemos pedir ao Ministério que nos explique e nos mostre esses resultados, senhores Deputados da Assembleia da República?