Escultura
Do que mais gostei quando visitei Roma ou Paris foi de ver escultura: na Villa Borghese em Roma uma pequena colecção de Bernini transporta-nos para outro mundo; em Paris, no Museu Rodin, ali bem perto de St. Germain, entramos num universo táctil em que o corpo humano transparece na sua mais expressiva das maneiras.
Bernini é sublime, um génio que parece dar vida ao mármore branco.
Dos aspectos de que mais gosto em Rodin é das mãos, da beleza do conjunto que as mãos representam: a mão é sempre mais que a soma dos dedos.
Rodin dizia que a forma vem antes da idéia. A plasticidade dos materiais, o moldar a matéria, a luz e as sombras: a obra que se faz. A felicidade que deve ser esta vida de criação, dominando a técnica e fazendo descobrir o que as formas vão mostrando. O processo criativo do desbravar, do rearranjar à medida que o olhar vai pousando na peça que vai sendo sujeita ao escopo e ao martelo.
O corpo humano é uma peça de arte, velho ou novo, nele está um objecto complexo, uma máquina com vida. Para a plasticidade do material, o domínio da técnica, interessa experimentar e ter o auxílio da capacidade de ver e de se ver auxiliado pelo desenho, que é propedêutico.
Um grande prazer este o de trabalhar os materiais, sobretudo o de ter um corpo humano nas mãos e de sentir a respiração dum novo ser a que se dá vida.
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