Dar vida
A matéria no contacto com o ar tem tendência a se decompôr. A vida biológica, na sua minúscula dimensão, não descortinável a olho nu, está em permanente mutação. O ciclo da vida é a história da constante decomposição da matéria e o seu renascimento em novas formas. A vida é um pulsar dinâmico, um palpitar. Um balanço. Um frémito. A respiração, que alterna inspiração com expiração. Creio que tudo aquilo que nos faz bem corresponde a uma tendência que devemos cultivar. E este princípio de natureza biológica vale tanto para a orientação do que fazemos para nos proteger dos elementos da natureza que nos agridem, como o frio ou o calor, como também no que respeita à forma como nos relacionamos: aquilo que dá vida nas relações entre nós corresponde a destrinçar e a pesar o que é bom e o que é mau. Por essa razão, sempre apreciei nas pessoas o sorriso, que é o convite ao outro e nunca gostei de pessoas carrancudas. Ontem, indo sentado no banco de trás dum táxi, cruzei-me com uma traseunte...