Dança com Lobos
Estive a ver “Dança com Lobos” – um filme com Kevin Costner e que trata de um soldado que vai para os confins da América, para uma região de índios. Fica sozinho num forte abandonado por uma pequena guarnição que, vendo-se completamente esquecida, parte de novo para casa. John Gunbar é um homem resistente. Ao chegar ao forte a sua missão passa por pô-lo em condições. Interroga-se sobre o porquê de certos actos como o de estarem tantos animais mortos dentro do lago, que vai tirar um a um – não consegue compreender a maldade de certos homens, que para se entreterem, matam por puro gozo.
Entretanto, um lobo circunda o seu forte e passa a ser a sua
companhia, uma presença que ele vai registando no seu diário.
O cerne da história tem a ver com o encontro entre este soldado,
John Gunbar e os índios Sioux.
Estes habitam as pradarias circundantes e Gunbar é um dia
surpreendido por um deles, enquanto se refresca no lago frente à sua cabana. A
partir daí, sente-se denunciado e prepara toda uma defesa em caso de ataque.
Resoluto como se mostra ao longo de todo o filme, Gunbar parte ao encontro dos
índios. Ser alvo é uma posição desagradável, mais perigosa do que se pôr a
caminho dos seus vizinhos. E, assim, corajosamente decide inverter os dados do
problema. No caminho encontra uma mulher, uma mulher Sioux que está ferida e
que chora em grande sofrimento. Pega nela e põe-na em cima do cavalo, levando-a
ao encontro da tribo. Ao chegar, os índios reagem instintivamente – havendo um
que o insulta e o agride com gestos e palavras que indicam não ser ele bem-vindo.
Outro porém, “Ave-que-Esperneia”, no seu silêncio fica intrigado.
O Conselho Sioux reúne-se e não sendo consensual o modo como se
deveria encarar a situação, o chefe decide enviar os dois citados intervenientes
ao forte de Gunbar para tentar compreender. Este recebe-os bem e convida-os a
sentar. “Ave-que-Esperneia”, na sua calma e prudência, fica convencido da
bondade do soldado.
A ligação intensifica-se devido ao objectivo comum de encontrarem
búfalos para caçar. Dunbar, é certa noite assaltado do seu sossego do forte por
uma gigantesca manada, a passar ao largo do seu forte. Parte para avisar os
Sioux e organizam-se para irem no seu encalço. Quando chegam ao local onde dão
as marcas, vêem-se os búfalos dilacerados, sem pele, mortos pelos brancos.
John Dunbar sente-se feliz e admira o modo sábio como viviam os
Sioux – que o baptizam de “Dança com Lobos” por referência ao lobo que o
visita, uma metáfora que revela toda a sabedoria dos Sioux: o filme é todo ele
baseado na questão da confiança, do gesto que pode gerar proximidade ou
afastamento. A dança é toda essa dinâmica, todo esse movimento…
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