Being a Lawyer

Quando me interrogo sobre o que de facto de bom traz a profissão de advogado, penso no meu papel como uma espécie de amigo que ajuda quem, não sendo jurista, precisa da minha assistência para se "orientar" na vida, resolver problemas, tratar de assuntos que apenas um especialista tem capacidade de tratar.
A minha profissão é muitas vezes chata. Muita papelada, tratar de assuntos burocráticos.
Mas, incontestavelmente, qualquer pessoa precisa de se abalançar em matérias e tomar as rédeas de certas situações para poder viver normalmente a sua vida.
Finanças, Conservatórias, Câmaras Municipais são o meu dia-a-dia.
Estou, sem dúvida, a ajudar as pessoas que vêm ter comigo a gerir melhor as suas vidas. São assuntos que muitas vezes as pessoas não têm "pachorra" de resolver. Muitas vezes também são questões que as pessoas não dominam.

Quando penso na minha pessoa como um amigo na gestão dessas matérias na vida das pessoas quero dizer que não "dispo" esta actividade de afecto e vontade da relação.
Enfim... uma reflexão pessoal que esta semana surgiu novamente, um pouco na sequência de um caso não tão bem sucedido.
Tenho tido ultimamente processos mais complexos e reconheço algum interesse do ponto de vista intelectual nos mesmos.
Não sei se muda alguma coisa pensar na minha actuação como amigo. Talvez no resultado não se note grande diferença.

Mas, na lógica cristã de fazer tudo por amor, penso que isso me traz alguma satisfação. Pensar na forma como a minha actividade facilita a vidas das outras pessoas, como este trabalho acaba por ser também uma dádiva minha.

O meu objectivo será talvez fazer cada vez mais as coisas com gosto...!

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