Doing the right thing
Segundo Peter Drucker a diferença entre um bom gestor e um bom líder é que: "the manager focuses on doing the things right, while a leader focuses on doing the right thing".
Apesar daquele elixir que dá pelo nome de "carisma", não acredito que haja pessoas que já terão nascido líderes e acho sobretudo que uma pessoa se molda pelas circunstâncias da vida - mas cabe ao insondável mistério das coisas saber como é que há quem enfrente o destino e quem se deixe abater por ele... Quem é líder é atento ao que se passa e que está constantemente a pensar em como as coisas poderiam ser. Os melhores deles pensam tal como Robert Kennedy afirmou: "algumas pessoas veem o que as coisas são e perguntam porquê; eu sonho em coisas que nunca existiram e pergunto porque não?!"
Criar uma visão envolve conseguir ter um pensamento sobre as coisas, ver no meio do nevoeiro, ser pragmático também. E para se ser líder devemos ser respeitados, mais do que temidos.
Considero que a verdadeira liderança é emprestar vida às coisas, "emprestar cor ao cinzento"; ontem vi vários documentários na televisão e um deles foi sobre Teilhard de Chardin. Dizia ele que é necessário um novo input vital, uma energia espiritual. É essa energia que é "emprestar cor ao cinzento" e que faz a massa de que são feitos os líderes.
Entretanto, ando a pensar que serei talvez capaz de me inscrever num curso sobre o estilo jesuíta de liderança no Rodízio, em Colares, e que irá começar em breve - creio que em Janeiro de 2023. Justamente um dos meus livros de predileção chama-se "Liderança Heróica" e é de Chris Lowney, ex-jesuíta e fala sobre as qualidades destes religiosos e como elas se fizeram sentir logo no início da Companhia e no seu modo de fazer as coisas: o auto-conhecimento, o engenho, o amor e a vontade de superação/heroísmo (o famoso "magis").
No quadro "Ronda da Noite", uma enorme tela que vi em Amesterdão, Rembrandt pinta a milícia que protegia a cidade. Era uma elite, só dela podiam fazer parte quem ganhasse mais do que 600 florins ao ano, não frequentasse tabernas, nem bordéis. Neste apanhado parcial do quadro está o líder da milícia, donde se destaca a sua eloquente mão, a mão que aponta caminhos. Voltando ao início deste texto, o líder tem seguidores, enquanto o gestor tem pessoas que lhe obedecem - mais um dos pequenos nadas que são tudo!
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