Em Toulouse-Lautrec

(thanks mother pelo comentário, de que gostei muito, e bem-vinda ao mundo da blogosfera!)

Algumas coisas há a contar destes últimos 2 dias em que não tenho dado notícias por esta via.

Uma viagem "solo" é uma espécie de encontro consigo mesmo e tem-me feito bastante bem. A paisagem exterior acaba por ser um pretexto para uma viagem interior. E é bom fazê-lo assim durante algum tempo como eu tenho feito (a propósito disso vi um filme interessante em Turim sobre o Caminho de Santiago e ontem comprei a revista Geo que fala do mesmo assunto; também tem acompanhado a minha viagem o Livro do Pre. Tolentino Mendonça "Tesouro Escondido" que fala muito em viagem interior).

Trazia vários planos. Um deles penso que acabei hoje e tratava-se de transformar num pequeno livro os comentários da Maria Cóias, minha amiga, num outro blog e que lhe quero dar como presente, agora que ela se casou. A Maria ensinou-me muitas coisas e quero retribuir-lhe com isto. Seleccionei aqueles textos dela de que gostei mais e acompanhei de várias pinturas de Henrique Pousão a ilustrar. É engraçado  como é que se pode trabalhar com um computador assim. Pode!

Outro plano que trazia era o de descobrir um pouco a nossa Europa, porque penso que estamos numa periferia da Europa e muito não chega cá (aí). Muito mais fácil seria estarmos no centro da Europa para podermos circular como acontece por exemplo a quem vive em Paris e tem uma maneira fácil de se deslocar em todas as direcções: um combóio basta. E viajar de combóio é ter uma apreensão boa das gentes e da sua maneira de viver.

Outro plano era o de descobrir um pouco do passado da nossa família, ou melhor, encontrar os sítios da nossa família. E dentro disto era Pau que me interessava sobretudo, mas também ir aos Tivolis - o de Roma e o de Copenhaga, uma vez que ando a trabalhar sobre a história do Cinema Tivoli. 
Bom, os planos existem para nos dar uma orientação, mas não há mal nenhum em que nos afastemos deles. E não tenho tido qualquer problema em o fazer. Por exemplo, apercebi-me que seria longíssimo ir a Copenhaga.

Das leituras que tenho feito muito tem sido uma leitura de assuntos dentro destes objectivos, mais o de ler algumas coisas sobre a minha profissão de advogado, para a aprofundar. Hoje por acaso comprei um livro dum advogado francês em que ele conta a sua experiência e foi bom para meditar um pouco. Sobretudo para chegar à conclusão que é interessante, como ele, ser advogado de barra, mas que tenho pruridos que nunca me fariam um advogado de barra feliz. 

Há dois dias, enquanto fazia a viagem para França - a tal noite derradeira do Interrail - li sobre a Maria Ulrich e fiquei a admirá-la muito. Foi no Livro de Família que li sobre ela. Uma mulher muito culta que tinha um empenho muito grande em fazer coisas em prol do progresso da Educação. Era uma mulher que aliava essa leitura da necessidade de fazer acontecer, com o fazer acontecer, o que é importante, se não mesmo essencial pois de "boas intenções está o Inferno cheio". E deixou obra que perdura muito para além da sua morte, como a Escola de Educadoras de Infância e a Fundação Veva de Lima.


Estou em Toulouse, dos dois últimos dias gostei especialmente de Aix-en-Provence, mas estive noutros locais, também bonitos.

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