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A mostrar mensagens de dezembro, 2011

Crónica do tempo que passa... mais uma

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Se algo atrapalha hoje é a total falta de crença no ser humano e a inconsequência dos seus actos. Vivemos tempos de incredulidade, de cepticismo que é palavra mais forte, que rotula tudo como indiferente do ponto de vista ético. António Pinto Leite no seu livro "Onde está o Mal", feito da selecção de crónicas que escrevia no Expresso, dá conta disso mesmo. Estando a ler biografia moral de Abraham Licoln (qualquer coisa como "Moral Virtues of Lincoln"), um excelente estudo sobre como este homem cresce moralmente, o autor aponta algo interessante sobre a crença que então vivia a sociedade americana: ainda Nietzsche, Marx e Freud não tinham lançado os seus ataques à moral, ainda se vivia numa base de crença no ser humano e de destrinça entre o Bem e o Mal.  Mas além deste aspecto - do ataque à base moral da sociedade - não podemos escamotear o facto de se ter verificado a globalização e a industrialização, que fizeram ruir a sociedade autárquica - ou melho

Someday is not a day in the week

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Neste dia que o Conselho Europeu se reúne em Bruxelas, a atenção de todos se volta para acompanhar o que dali resultar, num que é talvez dos momentos históricos mais dramáticos da construção europeia. Como muito bem acentuava ontem António Esteves Martins, o nosso decano jornalista para a União Europeia, que as declarações dos políticos normalmente "douram a pílula" - fazem sempre um discurso que na verdade pretende sempre colher dividendos e nunca admite derrotas. É importante ver o que daí sairá e que tipo de declarações se farão. O que é certo é que temos caminhado desde há muito neste tipo de "fingimento" que adia a resolução dos problemas e que basicamente consiste em declarações bonitas por parte dos Chefes de Governo e num pedido à Comissão para levar a coisa avante - perdoe-se-me a expressão! O dramatismo da situação é inegável. E Portugal, um país periférico teria muito a perder se as coisas corressem mal. Portugal, como país exíguo, tem a sua geo-es

Enquanto na Europa são números, na América Latina é a palavra!

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Neste tempo de desesperança em que a Europa está mergulhada, assisti ontem com pasmo – imagine-se! … - ao encontro promovido pela Venezuela em Caracas que juntou 32 Estados Latino-Americanos na conferência do CELAC, Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, que acaba de ser constituída. Numa enormíssima mesa, debaixo do olhar de Bolívar e de outros libertadores, cada chefe de Estado apresentou o seu discurso, sem peias e sem tecnocratismos. Televisionado para todo o mundo, pudemos ver substância, verdadeira política e valerá a pena acompanhar os seus desenvolvimentos – à parte aqui as dúvidas legítimas que tenhamos sobre muitas das personagens envolvidas. Mas o que fica desta conferência é a discussão de ideias, os antípodas do que podemos ver na Europa, em que tudo é apresentado de uma forma opaca, asséptica e desinteressante - discutido no silêncio de reuniões e em corredores de tanto pessoal certamente preparadíssimo, mas em que a nota dominante da análise a fazer é