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A mostrar mensagens de outubro, 2009

Ser um bom professor

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Que qualidades precisa um professor de crianças e jovens ter? Eu acho que a principal qualidade deve ser o entusiasmo. Um professor deve ser uma pessoa que crê com uma grande intensidade nos seus púpilos. Que vê neles coisas muito boas, que aposta neles, que espera deles muito. Tem que ser uma pessoa de bem com a vida, que vê prazer nas coisas. O Diário do Sebastião da Gama é um primor nestes aspectos: um professor que crê enormemente nos seus alunos, que os acompanha diariamente, que nota neles progressos. Há lá páginas deliciosas: ele tem um pequeno grupo de alunos e faz semanas temáticas. Pede aos alunos para fazer composições. Diz que a Gramática é algo de que os alunos não gostam, é como dissecar um cadáver. Por isso não insiste logo ao princípio nisso. Quando há pássaros a passar, prefere talvez parar a aula e falar sobre isso. Um professor deve estar atento. E ele está e muito. Fala com os alunos. Fala também com o seu orientador. Medita o que faz. Exprime também os seus sen

Alguns devaneios

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Alguns dos meus amigos estrangeiros falam de Portugal como sítio para viver. Comparam-no por ex. à Alemanha e à Holanda. Em Portugal ainda há tempo para viver, nem todas as relações humanas se pautam por um “toma lá, dá cá”. Há uns anos cheguei ao Porto, vindo de Espanha, para apanhar o comboio e a senhora do guichet vendo que eu não trazia dinheiro suficiente tirou-o do seu bolso e deu-mo. Não me conhecia de lado nenhum.  No meu dia-a-dia vejo pessoas generosas. Pessoas que são alegres no trabalho, que conversam com os outros, que são caridosas com os mais sós, etc. É agradável viver neste país. Vejo ainda que há qualidade humana no relacionamento entre as pessoas e isso deixa-me satisfeito. Gostaria que as pessoas conversassem mais, que se dessem mais. Que dessem menos tempo à televisão por ex. É das tais coisas que se dispensaria. Perde-se mito tempo a ver coisas vem qualquer importância, muitas delas estúpidas, quantas delas também estupidificantes. Mas não sou adepto de um elit

Concretizar

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Desperta-me uma coisa: a necessidade de agir. Muitas coisas não chegaram a sair de ser locubroções mentais. Possivelmente boas locubroções mentais, bem estruturadas, com pernas para andar. Mas a questão é uma questão não apenas para ser elaborada, o que é, sem dúvida, um passo importante, essencial, mas para também e aqui é o mais importante, para ser posta em prática. De que servem muitos planos, muitas estratégias se, depois, tudo não é posto em prática ou é posto de um modo absolutamente deficiente ? De pouco. É muito importante não me dispersar. Será que sei para onde vou? Com quem vou? Como vou ?

Momentos em que me perco

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Contam histórias a meu respeito sobre a minha distracção. Eu diria antes “dis-traição”. A distração é uma espécie de auto-traição. Uma viagem, um conjunto excelente de oportunidades para exercer esta minha peculiaridade. O bilhete de avião onde está? Em que bolsa? Em que bolso? Dentro do livro que levo na mão? Uma azáfama, a preocupação no rosto, um querer assegurar aos outros que está tudo bem… Um dia perdido em Roma a tratar do bilhete de volta que se perdera; um chegar ao aeroporto de Paris às 7h00 da manhã e ter-me esquecido do bilhete no quarto e ter que pagar muito mais por um novo bilhete; uma mudança de comboio de um TGV para um outro e, na pressa, uma mochila cheia de coisas a ficar para trás. Esqueci-me de alguma coisa ao fazer a mala? O pijama é clássico. Mas o pior é a volta: há sempre umas cuecas sujas que ficam pelo caminho. Já por várias vezes amigos meus me disseram esqueceste-te cá de umas “coisas”. Uma vez foi uma amiga minha que, num jantar me disse isso e depois

Em rota!

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"Os meus olhos são uns olhos, e é com esses olhos que eu vejo no mundo escolhos,onde outros, com outros olhos, não vêem escolhos nenhuns.Quem diz escolhos, diz flores! De tudo o mesmo se diz! Onde uns vêem luto e dores, uns outros descobrem cores do mais formoso matiz.Pelas ruas e estradas onde passa tanta gente, uns vêem pedras pisadas, mas outros gnomos e fadas num halo resplandecente!! Inútil seguir vizinhos, querer ser depois ou ser antes. Cada um é seus caminhos! Onde Sancho vê moinhos, D.Quixote vê gigantes. Vê moinhos? São moinhos! Vê gigantes? São gigantes!" António Gedeão ------------------------------ Rota do Cabo... Cabos inultrapassáveis e monstros tenebrosos eram as histórias que se contavam. Alguns... não poucos... naufrágios... O "Cabo Não" já ficarara para trás. Um caminho já se fazia desenhar e serpentear naquela costa. Podíamos avançar mais. E então e o abismo?! O Príncipe Perfeito ordenou que se fosse mais para Sul - haverá passagem algures? "

Contadores de historias

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Abraham Lincoln, o mais peculiar e interessante dos Presidentes Norte-Americanos - na minha opinião - tinha tal talento para contar histórias, que vinham ter com ele para contar algum problema e ele com a sua graça e jeito especiais punha o seu longo braço à volta do pescoço dessa pessoa e dizia: "isso lembra-me aquele episódio...". E assim começava a relatar uma longa história... com expressividade e cheio de vivacidade. Entretanto a pessoa que tinha esse problema, esquecia-se dele e só se apercebia novamente da sua existência quando já se despedira de Abe, com um forte aperto-de-mão ! Esta faceta anedótica de Abraham Lincoln, faz-me pensar no poder evocativo de uma história, e até, do seu poder terapêutico. Um bom contador de histórias é uma pessoa que sempre será querida pelas pessoas que a rodeiam. Relatar uma história com talento, com cambiantes de voz e cambiantes de ritmo, produzindo no ouvinte um vivenciar de emoções diversas é uma qualidade que certamente nem todos t