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A mostrar mensagens de dezembro, 2023

Ter um coração agradecido é o mínimo

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Benção é a palavra que me ocorre por uns dias de Paraíso, aqui pelo Rodízio. Veio-me novamente à memória a inspirada Susana Tamaro em o "Fogo e o Vento": “ Não existe mediocridade, monotonia. O que existe é apenas o nosso medo. Medo de crescer, medo de nos abrirmos às emoções. Medo de descobrirmos que não há nenhuma jaula à nossa volta, que o que existe é apenas liberdade, ar. E se erguermos levemente os olhos, o espaço infinito do céu. ” Por um bom bocado estive hoje na Praia Pequena, junto à rebentação e às rochas, escutando aquele comércio do batente das água e espumas; dois setters corriam pela praia, excitados com o mar, ensopados e contentes. E eu, saltitando de pedra em pedra. Não acredito que alguém pudesse ficar indiferente - e senti como Deus nos dá tudo isto de forma gratuita. Se tivéssemos que pagar por isto, não tenho dúvida que se alinhariam muitos e a parada subiria para valores inauditos. Eu como testemunha dum tempo de oiro, onde a água fresca do mar é um b

Uma rainha em peregrinação

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Estávamos no ano do Senhor de 1325. Por entre o calor da campina, a modos de promessa, por entre um séquito silencioso, avançava curvada e incógnita Isabel de Aragão, a Rainha.    Seu marido, velho e agastado pelas longas guerras com os seus dois filhos Afonsos, morrera nesse Inverno. Entristecida pela morte de D. Dinis, a quem se devotara desde praticamente a sua infância, Isabel partia em peregrinação ao túmulo do Apóstolo, em Santiago de Compostela.    O amor de mulher e rainha levava-a a carregar no coração o peso de uma vida, a dum homem de acção, generoso e enérgico, mas tantas vezes desviado pela intrepidez e o sobressalto, a ponto de poderem fazer dele um homem vingativo. Por isso, como consorte do Reino de Portugal e do Algarve, era importante ir rezar ao túmulo do Apóstolo, encomendando a alma de seu marido, o falecido Rei.   O amor ao seu Senhor de sempre, Àquele que transcende a morte, superior a todos os príncipes e potestades, levá-la-ia a se prostrar em adoração, a pedir

Anónimos

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Hoje ao final do livro estarei com amigos e falaremos sobre livros que andámos a ler recentemente. Há pouco, durante a hora do almoço, fui para o Jardim da Estrela ler um pequeno livro que comprei para passar entre amigos e promover as nossas leituras. Este livro, escrito por Joana Bértholo e intitulado "Natureza Urbana", acompanha as meditações de uma mulher só, na grande cidade. Fez-me lembrar um pouco uma prima duma amiga minha, também uma mulher só, na grande cidade e a quem se descobriu rcentemente que terá uma doença oncológica. Gostei bastante do livro, não se pode dizer que seja uma história extraordinária, mas toca em vários temas que eu tenho pensado nos últimos tempos: Antes de mais foca as relações e o que elas fazem connosco: neste caso a relação entre uma mãe e uma filha. De acordo com a "Teoria do Intregracionismo Simbólico", de Mead, somos muito o que os outros projectam em nós: se acreditam em nós, nós teremos uma visão de nós próprios como pessoas