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Horizontes em Branco

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Na passada 5.ª feira fui ao lançamento do livro do José Maria Abecasis na FNAC Chiado. O livro intitula-se "Horizontes em Branco" e é o relato de duas expedições feitas pelo autor a dois glaciares em perigo de desaparecerem, um na Suiça, outro no Quénia. O Zé Maria pretende completar visitas aos 5 glaciares em perigo no mundo (assim considerados pela UNESCO) e através da sua Associação Ice Care chamar a atenção para as questões ambientais. Se não está ainda actualmente demonstrada uma correlação directa entre alterações climáticas e a pegada ecológica deixada pelo homem, o livro do Zé Maria - que ainda não li, mas que quero ler, ao pegar nesta questão dos glaciares, e na forma como alguns deles estão a diminuir drasticamente, demonstra-nos duma forma claríssima que o nosso planeta está a mudar e que isso representa, como no caso dos Massai em África, que vivem do pastorício, que certas culturas sejam perigosamente afectadas por essas mudanças. No espírito empreendedor que o c

A não perder!

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Retratinho de Helen Keller Antigo Cinema Floresta Center 6 e 7 de Novembro 16h O meu nome é Helen Keller e aprendi o nome e o significado das coisas pelas mãos, tal como se aprende a contar pelos dedos, porque, aos dois anos, fiquei cega e surda devido a uma doença. Nasci no sul dos Estados Unidos, numa pequena cidade do estado do Alabama, em 1880, e gostava que conhecesses a minha história e da professora que me ensinou a ver com as mãos e a ouvir com os dedos. Chama-se Anne Sullivan e foi ela que iluminou o quarto escuro onde eu vivia e me abriu a porta para o mundo da linguagem. Depois de quatro meses de aulas com ela, já conseguia escrever pequenas cartas à minha mãe e aos meus amigos e a partir daí nunca mais parei de escrever, enviar cartas e falar de viva voz, para contar a toda a gente como tinha sido possível.

Conhecer e aprender a amar a História de Portugal

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Nota Prévia A aprendizagem da História é algo muito importante porque nos coloca num quadro com uma continuidade e, juntamente com a dimensão do espaço (dada pela Geografia), situa-nos no mundo; mas, sobretudo, a História é importante porque a análise do passado pode dar-nos lições sobre muitas coisas. Nesta perspectiva não apenas cultural da História, mas também e sobretudo interpelativa, pensamos as tensões do passado, os desafios, as vitórias e as derrotas: os acontecimentos inserem-se numa acção dramática. Porque já vividos, esses acontecimentos são um manancial de experiência sobre o qual nós só temos a ganhar em reflectir, refreando os ímpetos dos activismos e experimentalismos. Há pois uma sabedoria a ganhar com o estudo da História, que evita novos erros. Mas a História não pode "esmagar" o Futuro que ainda não está aberto. O cultivo da História tem sempre que "deixar a porta aberta" para a crença em inventar e rasgar melhores provires. Co

Alguns dizem que a Educação é cara, mas perguntem quanto custa a Ignorância

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Há não mais de 10 dias publiquei um post sobre a questão de Área de Projecto, mal sabia eu que ía acabar... Fui professor desta disciplina - não tenho nada que me faça querer prender-me à sua defesa ou à sua crítica -, mas sei de que é que se trata quando se fala nesta "área disciplinar, não curricular". O Ministério da Educação fala em ineficácia para pôr cobro a ela. Muito bem, em 2001 foi criada esta inovação no currículo, juntamente com Estudo Acompanhado e com Formação Cívica. Confesso que não sei a razão para a sua inclusão então, mas não posso deixar de concordar com ela. O nosso mundo actual já não se compadece com um ensino academicista e de transmissão unlinear. A realidade é uma realidade complexa, as fontes de informação múltiplas, a profusão de valores e atitudes diferentes se não mesmo contraditórias, é enorme. Hoje é importante ter atitude crítica, não se contentar com se ser mero receptáculo de informação. Neste sentido, pede-se a cada estudant

Formação Parental?

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1. " De acordo com o mais recente relatório de Pisa, os pais são responsáveis em mais de 50% pelo sucesso escolar dos filhos. A sua influência sobre a evolução da aprendizagem é superior à soma das influências dos professores que os ensinam e dos conteúdos das matérias que lhes são ensinadas ", informação que colhemos de um artigo publicado no Die Welt (20.02.2009), e que nos chegou às mãos por cortesia de Gabriela Hauser da Costa Santos e José Gamboa Maló Rocha, que o traduziram do alemão. " Muitas medidas tomadas a nível da Política de Educação, não tiveram grandes resultados. Acreditamos na formação dos pais como elemento decisivo na melhoria do sucesso escolar dos filhos ", dizem Adolf Timm e Klaus Hurrelman, citados no referido artigo e, respectivamente, ex-director da Escola da Europa (Europashule) e professor na Universidade de Bielefeld. É assim que se tem defendido na Alemanha a formação parental como formas de " tornar os pais ajudantes de apr

Portugal no Conselho de Segurança das NU e Área de Projecto

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1. Nesta última semana, a diplomacia portuguesa conseguiu uma vitória extraordinária, ao conseguir reeleger Portugal para o Conselho de Segurança das Nações Unidas, frente a um país influente e muito mais rico como a Suécia, tendo agora como "colega" neste órgão o Brasil. Segundo o Diário de Notícias " na eleição de 1996, Portugal teve 112 votos a favor na primeira volta e acabou por ganhar na segunda volta com 124 votos. Nessa altura, o continente africano votou quase em bloco e o mesmo aconteceu com os países árabes... a candidatura de Lisboa teve ainda um forte apoio da América Latina, da Europa Central e de Leste ". 14 anos volvidos, Portugal obteve ainda mais votos. Interessante notar que Portugal, apesar de ter sido um país fortemente atacado na década de 60 nas Nações Unidas pela sua política colonial, é hoje, pelo bloco dos países que marcaram esse processo (África, América Latina, etc), um país respeitado no concerto das nações: um país pequeno,

Ser

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Cansado de mim, cansado de discursos auto-justificantes. Cansado de imagens de mim, cansado das imagens que se colam a mim nos reflexos de mim. Porque não podemos simplesmente ser? Porque apesar de tudo o que existe são sentimentos, sentimentos que temos e que não são justos ou injustos. Existem por si. Podem ser injustificados, mas existem. Ser simplesmente; mas que se deturpa pelos olhares que sobre nós incidem, mas também pela interpretação que deles fazemos. Porque temos medo de ser quem somos? Porque temos medo de perder o que temos? Se verdadeiramente pensasse que não há que ter medo... Se verdadeiramente vivesse sem medo de não ser rico, poderoso, famoso. Se verdadeiramente vivesse livre. Livre. Para dizer o que penso. Para fazer o que quero. Para não fazer o que não quero. O medo é uma ilusão. Iludimo-nos porque coisas estranhas colam-se a nós. Somos fracos. Fracos porque vivemos dos prestígios e não do nosso amor-próprio. Se me valorizasse, se visse que eu so

Memórias de Tempo de Vésperas

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Intitulo este post com o nome das memórias de Adriano Moreira. Como hoje tive a proeza de acordar de vésperas e um dia ainda longo esperar por mim no virar da escuridão... e porque ontem ao deitar peguei no livro deste homem insigne. O retrato que Adriano faz da sua infância e da situação de iletracia da grande maioria da população, é em tudo coincidente com a ideia que ultimamente me permitiram concluir os dados estatísticos sobre o dificuldade em superar um grande déficit cultural: em 1910, 75% da população é analfabeta e conta-se em algo que não chega a 8500 os estudantes inscritos no Ensino Secundário. Penso, sinceramente, que nunca podemos deixar de considerar a expressão deste atraso cultural ao pensarmos no nosso País. E é interessante notar que muitos dos políticos que dirigiram os destinos pátrios, não deixaram de estar bem conscientes disso mesmo, a começar por Salazar. Creio que nas entrevistas, célebres, dadas a Christine Garnier, ele bem se lamenta de não ter conse

Pedagogia no Património

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No passado Sábado levei um antigo meu professor e amigo a visitar Sintra, algo que estava prometido desde que, há cerca de 15 anos, eu deixara o Colégio Planalto para ingressar na Faculdade. Estive a pensar no que seria mais marcante e significativo em Sintra, deixando de parte o que ele e a sua Mulher já conheciam bem. Tivemos a sorte de ter um dia lindo, com muita luz e de não muito calor, algo que ultimamente tem sido difícil por Sintra, em que o cacete que tantos do outro lado da Serra – Estoril e Cascais – tanto vincam nas suas referências a Sintra... No Largo do Palácio da Vila não pude deixar de voltar a apontar, com alguma mágoa que, desaparecera, tal qual bruma encantada que se dissipa, aquele apontamento romântico de que Sintra é mister: aquele chaletzinho que se encaixava no topo deste edifício. Deteoradíssimo há anos, que pena não ter sido recuperado… Mas, voltemos ao Largo do Palácio, e dando entrada naquele simpatiquíssima “casa”, duma escala convidativa e dum

Voar - Xutos e Pontapés

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Eu queria ser astronauta, o meu país nao deixou Depois quis ir jogar à bola, a minha mãe não deixou Tive vontade de voltar à escola, mas o doutor não deixou Fechei os olhos e tentei dormir, aquela dor não deixou. Ó meu anjo da guarda, faz-me voltar a sonhar, faz-me ser astronauta... e voar O meu quarto é o meu mundo, o ecrã´n é a janela. Nao choro em frente à minha mãe, eu que gosto tanto dela Mas esta dor nao quer desaparecer, vai-me levar com ela. Ó meu anjo da guarda, faz-me voltar a sonhar, faz-me ser astronauta....e voar, Acordar, meter os pés no chão, Levantar e dar o que tens para dar Voltar a rir, voltar a andar Voltar, Voltar Voltarei, Voltarei, Voltarei, Voltarei.

Que lugar para o patriotismo?

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Portugal, que país és tu? Um país que cantámos no Passado, mas a que hoje lamentamos de pertencer. País que invocamos, pelas glórias do Passado, mas a que hoje todos se envergonham de pertencer. Falamos de "fazer à Portuguesa" para descrever a falta de qualidade naquilo que fazemos, a trapalhice, a desorganização, o chico-espertismo. Portugal não é sinónimo de qualidade. Comparemos por exemplo com a Suiça: este país é sinónimo de qualidade, de coisas bem feitas. O nome "Suiça" vende. Um canivete suiço, um chocolate suiço, tantas coisas mais que se valorizam por ter lá o nome "Suiça". As coisas são assim porque nós sujamos o próprio nome de Portugal nas conversas que vamos tendo. Não que as coisas estejam bem, não estão. Será que compreendemos que o nosso País é dos que tem um maior atraso cultural em toda a Europa? E que está na periferia, na finisterra da Europa? Enquanto os Países Protestantes puseram quase todas as pessoas a ler no séc. XVI (a Imp

Crónicas de Nárnia - literatura do fantástico

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C.S. Lewis, professor de Literatura e Filosofia em Inglaterra durante a primeira metade do século XX é o autor das Crónicas de Nárnia, uma série de 7 livros que que se tivessemos que classificar diríamos que pertence à chamada "Literatura do Fantástico". Este homem, que é duma clareza e lógica impressionantes em textos como "Mere Christianity", nesta série de livros realiza uma saga em que algumas crianças são transportadas para um mundo diferente e postas à prova. Num texto muito apelativo ("João Sem Medo"), Gomes Ferreira, fez também aquilo que C.S.Lewis tão eficazmente consegue: criar um universo de personagens que põem à prova o carácter da pessoa. Ora vemos João Sem Medo a saltar o muro para a floresta e a deparar-se com o gramofones (que sempre dizem a mesma coisa, e nada de interessante...), com um príncipe feio (inseguro e, se calhar por isso, déspota), com uma natureza hostil, um deserto, um pântano, etc, etc. Não são tudo isso parábola

Pegar na caneta...

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Escrever.  Para que te quero a ti, ó escrita? Um bloco de papel, um lápis na mão. Uma folha em branco; u m infinito de possibilidades e o desejo de uma escrita que seja luz: l uz para mim, clarividência, revelação. Sensações, sortido de cores, cheiros, movimento. Por detrás de tudo há um mais-além, há todo  um mundo a explorar.  E olhar isso com os olhos de dentro ; p orque os olhos de fora só reflectem como o espelho -  mas os de dentro são ressonância. A vida é rica. Imensamente rica.  Tudo é rico. Basta que nos entreguemos ao mistério do dom da vida. Basta?! Do mistério das coisas, nada se alcança com a lupa. Para o mistério das coisas é preciso um olhar diferente: u m olhar inebriado, uma loucura sem vergonha. Para perscrutar é preciso parar.  Respirar.  Criar. Criar o próprio olhar. Porque os olhos com que vemos não são apenas registo, s ão a cadência do nosso próprio mundo, que respiga no reverberar da nossa alma. Eles s ão caixa de ressonância. Vence o mundo ou vence

Um bom ambiente escolar

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T odos nós sabemos intuitivamente que tudo cresce melhor num bom ambiente... Um cavalo no campo, bem alimentado, tratado com cuidado, não sujeito a "cacetada", será em princípio um cavalo dócil, tranquilo. Por contraste, um cão enjaulado, preso com uma corrente, será talvez um bom cão de guarda, mas o seus estados de alma poderão alternar entre o aborrecimento, a irritação, a desconfiança e o medo. Certamente que não a alegria. Há quem diga que se deve falar com as flores, elas pressentem o cuidado que se tem por elas: a rosa do Principezinho precisava disso, mas se calhar era também um bocadinho vaidosa de mais... Estudos desenvolvidos no âmbito da neurociência têm demonstrado que a parte do nosso cérebro ligada às emoções positivas influi na parte cognitiva: " Experimentar emoções positivas aumenta os reportórios momentâneos de pensamento-acção e constrói recursos pessoais duradouros. As emoções negativas diminuem os reportórios de pensamento-