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A mostrar mensagens de julho, 2020

O Estado da Nação

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A globalização tem destas coisas: somos infectados por todo o tipo de vírus, não nos escapa nem o corona, nem tampouco o vírus do desnorte que nos leva a rodar tipo catavento, para onde o vento sopra. A falta dum pensamento estratégico é uma consequência directa deste segundo tipo de virus. Nos recentes episódios das estátuas - que o tempo já quase apagou da nossa memória, pois já se seguiram todo o tipo de notícias, muito centradas em casos de corrupção como o que envolve o Espírito Santo e que grassam por cá, ou nos sempre estridentes gritos do mundo do futebol como p.e. aquela que nos dá nota do regresso de Jesus, só mesmo apelando à primeira pessoa da Santíssima Trindade para nos livrar de tanto erro e tanto engano, podemos reganhar alguma paz para perspectivar o mundo que devemos procurar construir.  Fazendo um pouco de exercício de memória, os presentes tempos pedem-nos pessoas que se façam respeitar como foram o caso de Vasco Graça Moura e António Mega Ferreira, que

A propósito de contemplação

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Que fazes tu no céu, ó lua? José Tolentino Mendonça Um dos filósofos mais originais e discretos do século XX, o russo Pavel Florenskij, escreveu: “A nossa vida escapa-nos como um sonho, e é possível não chegar a tempo de fazer coisa alguma neste breve instante que é a vida. Por isso, é necessário aprender a arte de viver, a mais difícil e a mais importante das artes: a capacidade de conferir a cada hora um conteúdo substancial, conscientes de que aquela hora não tornará jamais .” Pode, de facto, acontecer-nos “não chegar a tempo” até porque, precisamente o tempo, é uma alta febre que nos toma e que, não raro, nos atira borda fora da nossa própria embarcação. Desde que ganhámos consciência de que estamos dentro do tempo, de que somos seres amassados na argila do tempo, deixámos de ter tempo. A nossa vida, quase por completo, está destinada ao fazer e ao produzir , a essa luta certamente áspera, monótona ou dilacerante, mas também apaixonada, envolvente e, à sua maneira, vital

Aos nossos pés

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Hoje ao final da tarde levei os meus sapatos a passear e fui subindo as colinas. Fiz a vontade ao coração que precisava de espaço. Espreitei a cidade e desci escadinhas. Percorri um jardim, com relvado e vista para o Castelo. Tiago Bettencourt tocava no meu spotify. Apropriado. Portugalidade em som; inventada a língua, regozijei-me na variedade deste canta-autor e senti-me acompanhado. Esta cidade de passos repetidos maior fosse e teria mais para descobrir.  Se calhar precisámos de novos horizontes porque este recanto se esgota rapidamente e nos leva a procurar novas paragens. Não é uma grande cidade. Abraçamo-la de cada miradouro e quando ela se abarca e se reconhece ja sem novidade, ficamos tristes. É um porto. E nunca os grandes se ficaram apenas por ela. Por isso o convite para partir. Sinto porém agora um apelo pela labuta que ela exige. Será que nos esgotamos nela? Será que saímos derrotados dela? Tiago Bettencourt:  "Eu não quero pagar