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A mostrar mensagens de agosto, 2021

Zeitegeist

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No outro dia bebia um copo com uns amigos espanhóis e falávamos um pouco de história dos nossos dois países quando um deles comentava que as nossas histórias eram paralelas, que com muitos poucos anos de diferença os bens da Igreja tinham sido vendidos ao tempo do Liberalismo. Isso fez-me pensar noutras questões, por exemplo se, na história, existem ventos aos quais se não nos podemos opor.  Os alemães têm um termo próprio para isto o "Zeitgeist", traduzido à letra o "Espírito do Tempo". Na nossa história podemos encontrar inúmeras questões em que era muito nítido que estaríamos a lutar contra os ventos da história: o colonialismo é naturalmente um deles, mesmo que possamos ver que nele jogavam muitas forças, como a Guerra Fria. Mas onde se joga a questão da convicção, em que mesmo que todo o mundo diz que devemos mudar, nos devemos manter iguais?  Há que ser inteligente e perceber. Como se diz na gíria, só os burros não mudam! O Leopardo de Lampedusa é bem sintomát

Crónica do Tempo que passa

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Na semana passada assisti pelo youtube, muitos anos depois de o ter feito, a um discurso de Barack Obama no Parlamento inglês. Em cerca de 1 hora, frente a uma extensa plateia de ambas as câmaras suspensa no seu poder de exposição, Obama foi o "primo americano" arauto do mundo livre, defendendo porque continua a fazer sentido a América e Inglaterra continuarem de mãos dadas. Fiquei realimente impressionado com a sua capacidade de pensar o mundo e de o fazer na base de valores. No final, creio que foi à presidente da Câmara dos Pares a quem coube fechar a sessão e agradecer... que ele incorporaria bem aquela máxima de "liderar com poesia e governar com prosa". Essa mesma noite, procurei um filme para ver à noite e encontrei, entre muitas opções, "Michelle e Obama, o Primeiro Encontro", um filme de 2016. Filme muito bem feito, com uma narrativa simples relativa ao primeiro encontro que terão tido. Michelle, um tanto desconfiada das aproximações de Obama, vai

Ver turvo

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Não podemos deixar que o trabalho excessivo seque a fonte viva do nosso interior. Há uma tendência muito actual de medir o nosso valor por aquilo que fazemos. Ora, nós somos mais do que isso. Por vezes, na voragem dos dias, em que tantos e tantos afazeres nos vão consumindo toda a energia, damo-nos conta que apenas nos arrastamos. Arrastamos os pés. Byung Chul-Han um filósofo sul-coreano radicado na Alemanha tem escrito bastante sobre esta sociedade do fazer, a que chamou a "sociedade do cansaço". Há um grande campo para repensar a forma como vivemos.  Muitos movimentos têm sido criados no mundo ocidental e a juventude está atenta à necessidade de encontrar uma forma de vida mais saudável. Alguns vão buscar inspiração a práticas espirituais orientais. Penso que será necessário às religiões ocidentais pensarem como deverão também viver nestes tempos em que o trabalho parece secar a realidade. Como fazer para que as religiões sejam uma forma que revitalize e dê de novo a energi