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A mostrar mensagens de janeiro, 2016

Escultura

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Do que mais gostei quando visitei Roma ou Paris foi de ver escultura: na Villa Borghese em Roma uma pequena colecção de Bernini transporta-nos para outro mundo; em Paris, no Museu Rodin, ali bem perto de St. Germain, entramos num universo táctil em que o corpo humano transparece na sua mais expressiva das maneiras. Bernini é sublime, um génio que parece dar vida ao mármore branco. Dos aspectos de que mais gosto em Rodin é das mãos, da beleza do conjunto que as mãos representam: a mão é sempre mais que a soma dos dedos. Rodin dizia que a forma vem antes da idéia. A plasticidade dos materiais, o moldar a matéria, a luz e as sombras: a obra que se faz. A felicidade que deve ser esta vida de criação, dominando a técnica e fazendo descobrir o que as formas vão mostrando. O processo criativo do desbravar, do rearranjar à medida que o olhar vai pousando na peça que vai sendo sujeita ao escopo e ao martelo. O corpo humano é uma peça de arte, velho ou novo, nele está um objecto c

Oportunidades

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Creio que uma das razões porque Robert Kennedy afirmou que se dedicava à causa pública era porque dizia que tinha sido muito abençoado na vida e que tinha tido oportunidades que faziam dele um privilegiado. Recentemente, enquanto os vários canais de televisão faziam um apanhado dos melhores e mais marcantes momentos do ano, dei por mim a ver a muito aguerrida e muito pouco feminina Serena Williams, a já há vários anos n.º 1 Mundial de Ténis.  Lembrei-me dos meus tempos de voluntariado com jovens em Sintra, em que além doutros tínhamos uma família de vários irmãos, em que preponderavam 2 irmãs bem activas e enérgicas. Eu baptizei-as de "irmãs Williams".  O fenómeno do sucesso de Venus e Serena deve-se talvez a um pai fora-de-série, que dum bairro pobre lutou para que as suas filhas fossem "alguém na vida". E de facto conseguiu. A experiência do Kápati (Cá-Para-Ti), o tal voluntariado em que estive durante muitos anos envolvido foi uma experiência humana ex

A Capelinha

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O primeiro encontro "a sério" com a "Senhora Marquesa" foi há já muitos anos, quando o meu primo Nuno e eu, rapazes de calções e aventureiros campesinos, nos encontrámos à saída da Capelinha da Piedade e recebemos um convite inesperado. Havia o hábito, já do meu avô Augusto, de lá ir aos Domingos à missa do meio-dia; o meu pai brincava sobre o Frei Francisco (que mais tarde vim a saber ser um franciscano de grande prestígio nos meios da história, um estudioso, e que dava pelo nome completo de Francisco Leite de Faria) que - por tão velhinho e por ter uma voz tão arrastada, dizia sair da gaveta sempre que rezava missa. Era a chamada "missa da gaveta", com o "Pe. da gaveta"! Ora, estava eu a dizer, ao início, que certo dia, penso que depois de irmos cumprimentar a Senhora Marquesa, que ela nos diz para irmos a casa dela que tinha uma coisa para nós. Os dois, contentes, em pouco tempo batemos à sua porta, na Quinta da Piedade. O Milro - o chauffe