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A mostrar mensagens de agosto, 2020

Esta minha amiga silenciosa

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Não precisamos às vezes que os amigos nos digam muitas palavras. Ou por outra: há amigos que nos habituamos que sejam assim, silenciosos. Basta a sua presença.  Esta minha amiga é uma presença silenciosa, que torna muito mais felizes os meus dias.  Chama-se Lisboa e acordo com ela a chamar por mim; a segredar-me ao ouvido, ainda o dia é apenas manhã cedo, sem nada para contar, alinhando-se apenas nuns raios solares que iluminam os telhados, mas que têm o condão de me arrancar da cama bem-disposto. Dou depois por mim feliz na rua, adentrando os meus passos pela rua da Horta Seca e vendo os pinheiros bem lá ao longe (lá no alto do castelo), por entre o lioz dum orgulhoso edifício - donde o meu primeiro gesto de saudação, ao fazer o sinal da cruz, como a agradecer por pisar o chão de um novo dia, irradiante de beleza.  Na verdade, não pedi quaisquer graças, recebi-as gratuitamente.  A surpresa de espreitar os pinheiros lá no alto, sem que nenhum dia me deixe de neles me espantar, descendo

Uma paz interior

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O contacto com os outros era para si um enorme prazer. Nunca achava que a relação entre duas pessoas o perturbasse minimamente, tinha antes a ideia do outro como aquele que vivia num mundo diferente, aquele que contudo vê, ouve e sente aquilo mesmo que ele via, ouvia e sentia; mas o enfoque era sempre diferente. O outro nunca o invadia, o outro sempre acrescentava, sempre o completava. A sua visão não era crítica, era sim a do homem que toma tudo como novo, que está aberto a fascinar-se, a surpreender-se. Por isso sabia que por mais que encaixasse as pessoas em categorias: a dos extrovertidos, a dos activos, a dos tímidos, a dos valentes ou homenzarrões, cada pessoa tinha em si alguma coisa de próprio, de exclusivo. Que enormemente redutores eram todas as teorias! Que mal era o socialismo, ou a explicação liberal do homem, dividindo as pessoas ora por classes, ora por liberais ou conservadores, nisto ou naquilo... Gostava de ir gozando pouco a pouco as coisas que se lhe mostravam

As lideranças para o futuro

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Nestes dias, importa pensar que futuro económico iremos forjar no nosso país e deveria ser ponto de discussão entre todos. Seria um exercício de grande inteligência propor que o estudo de António Costa Silva fosse discutido nas nossas escolas pelos estudantes. Os 3 D’s ( Descolonização / Democracia / Desenvolvimento ), marcaram o programa que Mário Soares empregou quando os ímpetos revolucionários com a sua acção foram amainados. Iremos passar por cada um dos D's, mas centrar-nos-emos sobretudo nos dois últimos: a  Democracia  e o  Desenvolvimento , desafios sempre presentes. Na realidade o colonialismo seria algo próprio dum espírito saído do mapa cor-de-rosa, muito ligado aos finais do séc. XVIII.    As coisas até lá fizeram-se de uma forma menos consciente. Havia certamente uma ocupação e um poder administrativo, mas muito menos numa deliberada forma de domínio (talvez real com o Despotismo Esclarecido, mas nessa época todo o poder foi reforçado). Estou em crer que o discurso po