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A mostrar mensagens de novembro, 2021

Rob Riemen sobre o "cuidar da alma" e a Princesa Europa

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Regressei há pouco da FNAC em que num ápice devorei um apaixonante ensaio de Rob Riemen sobre o que é a Europa. Um livro apropriado para esta época fria de apetecer estar à lareira...  Já tinha lido há uns anos um outro livro do mesmo autor, a "Nobreza de Espírito", um testemunho notável e comovente. Uma vez mais, este holandês, num texto que conta de forma viva o encontro que tem com várias pessoas e que desfila entre  relatos da paisagem e retratos interiores do que vai sentindo - desta vez nas altas montanhas dos Alpes, por onde Nietzsche gostava de caminhar, cenário dum simpósio num velho hotel sobre a ideia de Ocidente. O livro começa com relato duma conferência num outro hotel onde Riemen assiste a uma palestra dum padre professor (cheio de títulos académicos), para quem a ideia da Europa seria a de restaurar a Igreja aos tempos da Idade Média... e que horrorizado o fazem reflectir que uma estética sem humanidade e compaixão - como é possível defender que a Idade Média

As metáforas

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    A linguagem traz consigo um caudal grande de sentidos e evocações. Se soubermos pôr a língua a dançar, com o seu próprio ritmo, tornamos a comunicação em algo vivo, vestimo-la de colorido; no entanto, a maioria das pessoas apenas fala a preto-e-branco.  Grandes comunicadores são mestres da metáfora e conseguem levar quem os escuta a segui-los com o poder das imagens que convocam. É uma arma poderosa, que tal como a dança dos véus, pode inebriar quem se deixe  levar  por elas. Para o bem ou para o mal, pois quem domine essa técnica, é capaz de defender a sua dama das garras do dragão, tal como quem domina a espada, consegue ferir o inocente. É apenas a liberdade que radica no interior de quem a usa que permite que a distingamos da dança da serpente, do discurso dum qualquer ditador sul-americano, que usa esse seu poder, quase mágico, para conduzir o rebanho ao precipício. Quantas vezes não pensei no passado que seria bom que alguém no nosso parlamento conseguisse encostar Sócrates

A nossa direita explicada em linguagem de apicultor

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Vou-vos falar de 2 colmeias que tenho no jardim frente a minha casa.  Uma delas está bem ao centro do jardim (embora algumas discussões já tenha havido sobre onde exactamente deveria estar), é uma colmeia que produziu  um mel saboroso, de rosmaninho.  Na sua origem era constituída por activas abelhas, apostadas em trabalhar de forma honesta e empenhada. Mas nunca foi uma colmeia muito numerosa - talvez porque nos tempos em que se tentou no apiário criar uma regra de que todas as abelhas fossem obrigadas a depositar o mel para ser distribuído por todas as abelhas, para que todas pudessem ter a mesma quantidade, esta colmeia disse que preferia continuar a fazer como sempre fizera: quem quer produzir mais merece ganhar mais; quem não quer produzir tanto, que não importune as demais (e não as obrigue a dar-lhes o mel que outras produziram com o suor do seu trabalho). Ora isto não caiu bem, porque quase toda a gente era na altura a favor dessa regra...  Por outro lado, uns anos atrás, a rai