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A mostrar mensagens de maio, 2013

No espaço público

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A grande tibieza que cometem os ricos e poderosos é que eles se afastam do espaço público, permitindo que sobre eles recaia a suspeita de "panelinha".  Gandhi falou dos pecados sociais e um deles é o da riqueza sem trabalho. Ao se afastarem, querem eles dizer que têm vergonha, que têm algo a esconder? - por vezes parece. A expressão do humano completo é a de se dar e apresentar no espaço público, tal como no espaço privado cada um se dá aos seus. Pode viver-se no espaço privado apenas - ou num conjunto de espaços privados com mais ou menos dimensão, mas sempre privados, o que vai dar ao mesmo: círculos fechados, sempre. Limitam a expressão do humano, que se dá e apresenta restritamente. Admiro pois figuras públicas como Gonçalo Ribeiro Telles, que não esconde um tradicionalismo filosófico numa expressão apenas privatística, algo que poderia ser expressão duma limitação de círculo e de acidentes de percurso e recalcamentos. A sua posição é de base filosófica existencial

O Gosto do Outro

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Ontem conferência com Manuela Silva e José Tavares a propósito de livro "O Sentido do Outro", reflexões de uma professora de origem uruguaia do Institut Catholique de Paris à volta da economia e teologia. José Manuel Tavares: a queda do Paraíso obrigou-nos a viver em economia. Assim convivemos entre flores e animais e... multidões. Já não na abundância ilimitada; vivemos na escassez de recursos e na troca a que ela obriga. Esta interdependência, que nos obriga essa mesma escassez é paradoxalmente o que de rico tem a economia: a riqueza da economia vem precisamente da sua escassez. Um alemão, na assistência, contou que após a queda do Muro de Berlim, chegou-se à conclusão que os laços entre as pessoas eram mais fortes na Alemanha de Leste, uma economia da escassez, do que na Alemanha Ocidental, uma economia da abundância. Curiso, hem?! Porque é que mantemos, como referiu Manuela Silva, o paradigma da crescimento económico, baseado em fórmulas como a do PIB? Seria import

Onde é que eu já vi esta história?

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Guardian Weekly, 30 de Abril 2013 Although he is rich with 25 years of experience as mayor of Albaret-Sainte-Marie, a little town in the wooded hills of central-southern France, Michel Therond gets advice from the bureaucrats in Paris almost every time he opens the mail. One day's delivery brings a directive stipulating that the sidewalks must be widened to permit two wheelchairs to cross paths easily. Another says the school cafeteria must be made accessible by elevator. Trees must be trimmed of branches two metres up their trunks, and only government-certified technicians can change a lightbulb on city property. "We are being strangled," Therond complained, sifting through a pile of rules and regulations on his desk that he largely ignores – and many of which he does not even understand. France and its southern European neighbours, such as Italy and Greece, are increasingly being buried in such norms, rules and directives. In the past two decades, the num

Poppy Day

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Em Novembro estive em Londres, cidade onde não estava desde os tempos da faculdade. Logo no 1.º dia fiquei surpreendido por um acontecimento que une todos os britânicos que é o chamado "poppy day", o "remembrance day". Os britânicos dão dinheiro para ajudar as instituições que servem a sociedade nos mais diversos domínios. Eu e o meu irmão Quico vimos marcharem centenas e centenas de pessoas pertencendo à mais variadas instituições, desde ong's, passando pelos bombeiros, pela polícia, por associações e exército. Uma idéia óptima que poderia ser reproduzida em Portugal.