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A mostrar mensagens de outubro, 2020

Ensaio sobre o Tempo

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Diogo Freitas do Amaral - "mais 35 anos de Democracia (Memórias Políticas III)"

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Das minhas primeiras memórias sobre a política conta-se o daquelas eleições presidenciais de 1986, em que o País viveu em suspenso e com uma enorme vibração, dividido entre Freitas do Amaral e Mário Soares.  Freitas do Amaral morreu recentemente, foi uma figura muito importante da nossa democracia. Vi-o há cerca de 3 anos nos anos do José Sarmento Matos, meu amigo também já desaparecido (um pouco antes de Freitas) e de quem era cunhado. No ano passado, em Outubro, o meu amigo Joaquim Mendia, que havia sido assistente do Freitas na montagem do curso de Direito do Urbanismo, ofereceu-me este livro, cujo título dá nome a esta entrada hoje no blog.  Freitas do Amaral escrevia magnificamente: uma escrita simples, clara e despretensiosa. Um homem de grande capacidade intelectual, um pedagogo. É por isso verdadeiramente um prazer ler estas memórias.  Há algo um tanto ou quanto desconcertante neste homem: é um homem que não criou seguidores,  dele não nascem facções. Isso ter-lhe-á pesado no s

Beleza e Contemplação

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Entre autómatos e mestres de nós próprios A aceleração temporal faz com que vivamos ao ritmo da comunicação e como esta cresceu muitíssimo, temos acesso a muita informação. Informação que temos dificuldade em digerir. Como diz Charles Landry, urbanista inglês que aborda o aumento exponencial da invasão sensorial nas nossas cidades ( in  “Paisagem Sensorial das Cidades”, Building Ideas, 2017) “ cada vez mais, a nossa primeira sensação (…) é a de excesso de informação, o que nos faz sentir que as coisas estão fora de controlo ”. Diz-nos ele que “ quer a publicidade quer os meios de comunicação procuram preencher com os mais estridentes tons e sons, os desejos de cada um. Há toda uma distração, perca de atenção, de concentração e de foco ”. A dispersão crónica em que muitas vezes vivemos tem consequências gravíssimas em termos de saúde mental. O mundo exterior envia-nos tantos dados contraditórios e todos lutam por ganharem na guerra da nossa atenção. Se não sabemos proteger-nos d

Uma andorinha não faz a Primavera

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Ontem à noite assisti a vários programas "Visita Guiada" da Paula Moura Pinheiro. Dois deles sobre D. Pedro IV e o Porto.  Fica um travo triste desta história das guerras do séc. XIX e todas estas aventuras e desventuras dum País cuja corte tinha "enxameado" para o Brasil e que depois se guerreia entre facções. Um príncipe que se reclama Imperador do Brasil e que se bate com seu irmão e cuja morte, aos 36 anos de idade, deixa seu filho ao Brasil, o seu coração à cidade do Porto e o corpo a Lisboa. Conta-se que o seu filho, D. Pedro II do Brasil,  quando vira a sua mulher - cujos arranjos matrimoniais a trariam  Europa para o Brasil, ficara decepcionado e que não quisera casar com ela. D. Pedro IV de Portugal, mais tarde, D. Pedro Imperador do Brasil, dissera-lhe que não tinha opção e que teria que casar com ela.  Esta manhã li na wikipedia o relato da vida deste homem que regeu o Brasil a partir dos seus 5 anos de idade quando seu pai parte para Portugal, para defen