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A mostrar mensagens de novembro, 2011

Servidão Humana

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Philip, um jovem com pé boto é a personagem que Somerset Maugham retrata no seu extenso livro "Servidão Humana". Do pai médico, que morre ainda ele não era nascido e da mãe que morre pouco tempo na sequência do parto, a vida de Philip parece uma continuação de partos mal sucedidos e de vidas que fenecem.    Numa escrita que é um trabalho meticuloso, Maugham apresenta-nos o ser humano mergulhado nas múltiplas contingências da vida: o tio pastor e a tia reprimida, mas com amor para dar; a escola onde os outros o escarneces por causa do seu pé defeituoso; as amizade e os sentimentos complexos como o da admiração/inveja. Ou a religiosidade imposta.    Dá-se então o facto de - quase por desespero, rasgar-se uma janela de liberdade: a ida para a Alemanha, para Heidelberg e o encontro com a diferença. E segue-se a tentativa de se encaixar de novo, abraçando uma profissão convencional, a de contabilista. E, depois, um novo rasgar com a partida para Paris, para se tornar pintor. De

Que a luz nos ilumine

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Por vezes já tenho pensado em como funcionaria tão melhor este País se vivêssemos com metade, 1/3 da nossa população. Menos trânsito, menos gente nas repartições públicas, menos confusão. Hoje, dia de greve geral, a estrada parecia um passeio ameno, num dia bonito e solarengo. Foi essa a minha experiência de A16 e de CREL, outras pessoas tiverem menos sorte do que eu. Greve geral. Hoje à noite verei as notícias. Outro apontamento. Paulo Portas no Conselho de Segurança das Nações Unidas: Portugal continua a trabalhar para que a Língua Portuguesa seja língua de trabalho. Boa notícia. Ontem, Cidadela de Cascais, inauguração. Boa notícia essa a da recuperação daquela que foi a residência de Verão dos nossos últimos reis e de Presidentes da República. Não se sabe ainda bem qual a sua função, mas não deixa de ser um óptima notícia a recuperação daquele património. Ao lado uma nova Pousada. Oxalá esteja bom tempo no próximo fim-de-semana. Sabe sempre tão melhor um dia de sol qu

A Esperança segundo o Papa e JH Saraiva

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Acabei recentemente de ler a Encíclica do Papa Bento XVI a "Esperança Cristã", 38 páginas claras e bem construídas. O que fica da sua leitura são sentimentos contrários: por um lado a exposição duma fé num mundo que há-de vir, e a elisão de toda e qualquer pretensão de que este mundo será possível atingir nesta terra; por outro lado, o sentimento de que o Homem não vê senão por "apalpadelas" a eternidade e nela se manifesta a impotência que temos  - e por aí é um documento verdadeiro e, ao mesmo tempo, também muito  desconcertante, porque não nos dá certezas absolutas... Daí os sentimentos contrários: por um lado a paz, por outro lado, o não ver o horizonte. Talvez possa ajudar nisto a experiência que podemos aproveitar de pessoas que viveram situações limite: ouvi já relatos impressionantes de histórias assim, de pessoas que se sentiram fora do seu corpo, a olharem para si do alto duma sala de operações por ex., a verem a sua vida em rápida sucessão -, podend