Ver turvo

Não podemos deixar que o trabalho excessivo seque a fonte viva do nosso interior. Há uma tendência muito actual de medir o nosso valor por aquilo que fazemos. Ora, nós somos mais do que isso.

Por vezes, na voragem dos dias, em que tantos e tantos afazeres nos vão consumindo toda a energia, damo-nos conta que apenas nos arrastamos. Arrastamos os pés.

Byung Chul-Han um filósofo sul-coreano radicado na Alemanha tem escrito bastante sobre esta sociedade do fazer, a que chamou a "sociedade do cansaço".

Há um grande campo para repensar a forma como vivemos. 

Muitos movimentos têm sido criados no mundo ocidental e a juventude está atenta à necessidade de encontrar uma forma de vida mais saudável. Alguns vão buscar inspiração a práticas espirituais orientais.

Penso que será necessário às religiões ocidentais pensarem como deverão também viver nestes tempos em que o trabalho parece secar a realidade. Como fazer para que as religiões sejam uma forma que revitalize e dê de novo a energia que nos falta? 

Que tradição de contemplação existe nas nossas culturas? 

Hoje de manhã dei uma grande volta a pé por Lisboa. Sinto uma enorme necessidade de recarregar baterias porque senão só vejo turvo. 



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