Ter um coração agradecido é o mínimo
Benção é a palavra que me ocorre por uns dias de Paraíso, aqui pelo Rodízio.
Veio-me novamente à memória a inspirada Susana Tamaro em o "Fogo e o Vento": “Não existe mediocridade, monotonia. O que existe é apenas o nosso medo. Medo de crescer, medo de nos abrirmos às emoções. Medo de descobrirmos que não há nenhuma jaula à nossa volta, que o que existe é apenas liberdade, ar. E se erguermos levemente os olhos, o espaço infinito do céu.”
Por um bom bocado estive hoje na Praia Pequena, junto à rebentação e às rochas, escutando aquele comércio do batente das água e espumas; dois setters corriam pela praia, excitados com o mar, ensopados e contentes. E eu, saltitando de pedra em pedra. Não acredito que alguém pudesse ficar indiferente - e senti como Deus nos dá tudo isto de forma gratuita. Se tivéssemos que pagar por isto, não tenho dúvida que se alinhariam muitos e a parada subiria para valores inauditos. Eu
como testemunha dum tempo de oiro, onde a água fresca do mar é um
bálsamo que se espraia por entre o recorte das rochas, enquanto a brisa
suave sopra pelo rosto e uma luz fina e leve se estende pela atmosfera. Assim, com Tamaro nessa carta que escreve a uma sobrinha (imaginária?) que sofre uma espécie de depressão: como pode haver mediocridade, monotonia?! Aí estão as ondas do mar para provar o contrário, a maravilha da natureza nesta e em tantas outras expressões. Mediocridade, monotonia?! Como pode?! How can?!
Ter a possibilidade de fazer exercícios espirituais, ter este tempo para podermos reverberar no nosso interior, acertarmos os nossos acordes, pondo-os em sintonia com Deus que nos ama e quer o nosso melhor (embora nem sempre consigamos entender tudo o que se passa connosco), fazer leituras que nos enriquecem, ter acompanhamento espiritual desta qualidade - uma graça, uma benção.
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