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A mostrar mensagens de agosto, 2025

Humanistas e a tolerância, um bravo a João Massano

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Thomas Morus poderia talvez com melhor acerto ser o padroeiro dos advogados portugueses do que São Ivo que ninguém verdadeiramente conhece... A história portuguesa tem nitidamente um deficit de pessoas corajosas, que se mantêm fiéis à suas convicções mais profundas e Thomas Morus é um arauto daquilo que representa o homem livre perante o poder. Era um homem competente, sensato, equilibrado. É claro que a piedade cristã era um atributo seu e, que na base daquilo que ele era, estava essa vida interior.  Quando digo que a história portuguesa tem um deficit de pessoas corajosas, refiro-me à fraqueza da sociedade civil, que soçobra perante os poderes públicos. O Estado infelizmente tem um peso desmesurado e assim acontece com os poderes públicos em geral. Vivemos muito tempo em ditadura, em que o "respeitinho era muito bonito" e antes disso podemos falar de episódios de perseguição como aconteceu com a Inquisição (podem não ter morrido muitas pessoas, mas deixou um clima de suspei...

Tratado de Tordesilhas, ou como dividir um melão?

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Em 1484 Cristóvão Colombo propôs ao rei português D. João II uma expedição à Índia, navegando para ocidente. O rei, consultando os seus conselheiros ouviu deles que os pressupostos de Colombo se baseavam em cálculos incorretos sobre o tamanho da Terra, concebidos por Ptolomeu. D. João II recusou-lhe, assim, o apoio. E com razão: a Terra era bastante maior do que Colombo supunha, o que tornava o percurso ocidental até à Índia bem mais longo do que pela rota do Cabo.  Rejeitado em Portugal, o genovês Colombo ofereceu então os seus préstimos aos Reis Católicos de Espanha. A Espanha, surgia então como realidade política una, com a integração de vários reinos, a que se somava a recente conquista de Granada aos sarracenos. Estava também então em condições de se virar para o mar, procurando acompanhar Portugal, que iniciara a sua expansão marítima em 1415, essencialmente descendo a costa ocidental africana.  O plano estratégico mais importante do nosso rei D. João II era o de dobrar ...