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Como a brisa que passa

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A importância de bons ambientes, de ambientes de paz, onde o ser humano se sinta bem e se possa desenvolver.  Chegado da Casa Velha em Ourém, com baterias recarregadas - mais tempo houvesse, e mais em paz me encontraria. O tempo lá passado foi revigorante, dois dias já deu para muito. Simplicidade e fruição de um espaço de encontro. Com a natureza (a luz e a paisagem, as árvores e o canto dos pássaro), com os outros, connosco e com Deus. Não forçadamente nesta ordem e não forçadamente de forma cumulativa, mas de modo completo, como se em cada encontro se preenchesse o todo. O conforto de um lar, das lareiras acesas e das memórias, repleto de estantes com livros, fotografias e quadros. Tectos de caixotão e chão de madeira, janelas de guilhotina, os raios de luz a irradiarem e uma varanda em que o sol nos aquece todo o ser, incluindo a alma. Os espaços habitados de presença, de espiritualidade e pelos afectos. Nada é insípido. Tudo tem a patine do tempo, experimentada no ranger ...

Ainda sobre ser advogado

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Quando era jovem com amigos tivemos uma associação que se chamava KÁPATI. "Cá para ti". Nesta palavra que condensava um projecto, estava lá tudo: estamos aqui para ti, para em proximidade vivermos em conjunto e nos ajudarmos. A idéia era estarmos com jovens e crianças de um bairro menos bom. Os rapazes creceram, houve uns que se tornaram pessoas válidas e competentes, talvez tenhamos sido úteis nesse seu crescimento.  Ser advogado pressupõe também essa presença. Esse pegar no chapéu-de-chuva que eu há uns dias assumia como ser algo bonito que se faz a alguém: proteger alguém dos pingos da chuva, levar alguém numa caminhada.  Lembro-me do Pe. Eduardo e de nos sentarmos a conversar em duas poltronas. Há algo de muita confiança que se pode estabelecer também numa relação entre um advogado e um cliente. KÁPATI ficou.

A Burocracia Criativa

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Decompondo a expressão "burocracia criativa" em cada um dos seus elementos constituintes, temos duas coisas dificilmente conciliáveis... ou talvez não! Penso que o taoismo nos dá algumas chaves de leitura nesta questão: o "Yin" e "Yang" são conceitos que expõem a dualidade de tudo que existe no universo. ”Descrevem as duas forças fundamentais opostas e complementares que se encontram em todas as coisas: o yin é o princípio feminino, noite, Lua, a passividade, absorção. O yang é o princípio masculino, Sol, dia, a luz e actividade. Segundo essa ideia, cada ser, objecto ou pensamento possui um complemento do qual depende para a sua existência. Esse complemento existe dentro de si. Assim, se deduz que nada existe no estado puro: nem na actividade absoluta, nem na passividade absoluta, mas sim em transformação contínua” (Wikipedia). A criatividade não é feita sem memória. A memória precisa também da criatividade e há estudos que demonstram que a criativida...

How to Cope With Bureaucracy

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Singing In The Rain - Singing In The Rain (Gene Kelly) [HD Widescreen]

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The Umbrella

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Conseguirá o chapéu-de-chuva sobreviver ao mundo moderno?!

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Lembro-me de passear pelas ruas de Lisboa apoiando o movimento no meu chapéu-de-chuva. Sempre gostei deste gesto, diríamos hoje pouco inclusivo, um tanto ou quanto identificado com alguém de privilégio. Um sinal exterior de privilégio. E hoje os sinais de distinção escondem-se porque ninguém quer ser tido por ser "BCBG". Além disso, os hábitos estão infectados pelo que se deve ser: moderno. Pode andar-se de calças rotas na rua e com headphones e isso passa mais pelo que está correcto, do que uma pessoa a passear-se com chapéu-de-chuva, arremetendo-o para cima e para baixo, ao ritmo da sua passada. Isso é presunçoso. E são poucos os que o fazem. Quando andava num colégio e todos os dias envergava a farda, por vezes caminhava por Lisboa, nomeadamente quando estudei inglês no Cambridge Institute. Gostava muito daqueles passeios pelos Restauradores. Mas aí tinha 16 ou 17 anos. Vivia num mundo à parte. E passeava-me de chapéu-de-chuva para a frente e para trás. O chapéu-de-ch...