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A mostrar mensagens de março, 2020
5. Beleza e contemplação
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Tempos de beleza e contemplação. Como nunca. Dia 21 de Março, a pé até São Vicente de Fora. Os pássaros vigaram-se. Numa grande excitação cantam o hino, no início da Primavera. Estavam fora de tom e dava-se por isso. Eu oiço, há mais duas turistas eslavas. Parece que o "maestro" se despediu, dizia que não havia mais condições para trabalhar por ali... No Tejo, ouvindo o "maralhar" do rio, onde ontem lia Hans Christian Andersen em "Uma Visita em Portugal (1866)" (o Independente, 2001): "as árvores em flor desprendem um perfume bastante forte; é como se estivéssemos numa loja de especiarias ou numa confeitaria que preparasse gelados de baunilha". Na Avenida, não há memória de tanto sossego. As botas do Colégio Militar ainda desfilaram garbosas. Estávamos a 3 de Março. Em Braga li as palavras de Etty Hilesum: "(...) acho que a vida é muito bela e que vale a pena ser vivida, e que tem sentido apesar de tudo. E isso não signifi
Ao mexilhão
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O Manuel bateu à minha porta para partirmos. Estava nessa altura sentado na cozinha a comer um naco de pão com bacalhau e um copo de bagacito. Cumprimenta-me. “João, fazemo-nos à «estrada»?", pergunta-me ele. Faço sinal com a cabeça, em assentimento. Saímos. Quase que não há vento, apenas uma leve brisa. Mas é assim todas as manhãs e depois, mais tarde, aí pelas 2 horas da tarde, levanta-se sempre vento. Gosto muito da manhã e hoje está um dia bonito. O rio à nossa frente está calmo, parece um espelho de água. A sua cor é agora acinzentada mercê das nuvens, mas de um cinzento leve e que não deixa de brilhar. As nuvens no céu estão brancas, dum branco puro, formando um conjunto com as velas das embarcações amarradas ao pontão de madeira. Está uma manhã fresca e agradável. Não vai chover e tenho a ideia que o céu se vai abrir para a tarde. Avanço à frente. Temos de andar um pouco pois de manhã iremos no pequeno barco a motor que está a uns 500 mt da minha casa. L
Tojal
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Um dos sítios onde todos fomos mais felizes foi na piscina. Lembro-me que ela sempre foi muito usada por todos - mesmo a família alargada, apesar da Praia Grande. No Verão, aos Domingos, o almoço era muitas vezes lá. Começávamos com umas fatias de melão lembro-me também de comer uma coisa óptima quer era um pudim de peixe a seguir. Era debaixo do telheiro e lá estavam também o avô e a avó. Ainda me lembro do tempo em que havia uns roupões que pareciam ser feitos de antigas cortinas e que se usava na piscina - e que tinham um capucho. O Tojal tinha assim algumas coisas que tinham vindo do tempo dos tios. Outra coisa eram os sacos de cama que estavam nos quartos das criadas e que nós todo os anos usávamos para os nossos acampamentos. Na piscina do Tojal saltámos na prancha e mergulhávamos de todas as formas e feitios no escorrega. Penso que este escorrega era verdadeiramente único: mais ninguém tinha um escorrega assim, o que nos fazia sentir-nos privilegiados. E normalmente