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Que lugar para o patriotismo?

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Portugal, que país és tu? Um país que cantámos no Passado, mas a que hoje lamentamos de pertencer. País que invocamos, pelas glórias do Passado, mas a que hoje todos se envergonham de pertencer. Falamos de "fazer à Portuguesa" para descrever a falta de qualidade naquilo que fazemos, a trapalhice, a desorganização, o chico-espertismo. Portugal não é sinónimo de qualidade. Comparemos por exemplo com a Suiça: este país é sinónimo de qualidade, de coisas bem feitas. O nome "Suiça" vende. Um canivete suiço, um chocolate suiço, tantas coisas mais que se valorizam por ter lá o nome "Suiça". As coisas são assim porque nós sujamos o próprio nome de Portugal nas conversas que vamos tendo. Não que as coisas estejam bem, não estão. Será que compreendemos que o nosso País é dos que tem um maior atraso cultural em toda a Europa? E que está na periferia, na finisterra da Europa? Enquanto os Países Protestantes puseram quase todas as pessoas a ler no séc. XVI (a Imp...

Crónicas de Nárnia - literatura do fantástico

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C.S. Lewis, professor de Literatura e Filosofia em Inglaterra durante a primeira metade do século XX é o autor das Crónicas de Nárnia, uma série de 7 livros que que se tivessemos que classificar diríamos que pertence à chamada "Literatura do Fantástico". Este homem, que é duma clareza e lógica impressionantes em textos como "Mere Christianity", nesta série de livros realiza uma saga em que algumas crianças são transportadas para um mundo diferente e postas à prova. Num texto muito apelativo ("João Sem Medo"), Gomes Ferreira, fez também aquilo que C.S.Lewis tão eficazmente consegue: criar um universo de personagens que põem à prova o carácter da pessoa. Ora vemos João Sem Medo a saltar o muro para a floresta e a deparar-se com o gramofones (que sempre dizem a mesma coisa, e nada de interessante...), com um príncipe feio (inseguro e, se calhar por isso, déspota), com uma natureza hostil, um deserto, um pântano, etc, etc. Não são tudo isso parábola...

Pegar na caneta...

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Escrever.  Para que te quero a ti, ó escrita? Um bloco de papel, um lápis na mão. Uma folha em branco; u m infinito de possibilidades e o desejo de uma escrita que seja luz: l uz para mim, clarividência, revelação. Sensações, sortido de cores, cheiros, movimento. Por detrás de tudo há um mais-além, há todo  um mundo a explorar.  E olhar isso com os olhos de dentro ; p orque os olhos de fora só reflectem como o espelho -  mas os de dentro são ressonância. A vida é rica. Imensamente rica.  Tudo é rico. Basta que nos entreguemos ao mistério do dom da vida. Basta?! Do mistério das coisas, nada se alcança com a lupa. Para o mistério das coisas é preciso um olhar diferente: u m olhar inebriado, uma loucura sem vergonha. Para perscrutar é preciso parar.  Respirar.  Criar. Criar o próprio olhar. Porque os olhos com que vemos não são apenas registo, s ão a cadência do nosso próprio mundo, que respiga no reverberar da nossa alma. Eles s ão caixa de res...

Um bom ambiente escolar

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T odos nós sabemos intuitivamente que tudo cresce melhor num bom ambiente... Um cavalo no campo, bem alimentado, tratado com cuidado, não sujeito a "cacetada", será em princípio um cavalo dócil, tranquilo. Por contraste, um cão enjaulado, preso com uma corrente, será talvez um bom cão de guarda, mas o seus estados de alma poderão alternar entre o aborrecimento, a irritação, a desconfiança e o medo. Certamente que não a alegria. Há quem diga que se deve falar com as flores, elas pressentem o cuidado que se tem por elas: a rosa do Principezinho precisava disso, mas se calhar era também um bocadinho vaidosa de mais... Estudos desenvolvidos no âmbito da neurociência têm demonstrado que a parte do nosso cérebro ligada às emoções positivas influi na parte cognitiva: " Experimentar emoções positivas aumenta os reportórios momentâneos de pensamento-acção e constrói recursos pessoais duradouros. As emoções negativas diminuem os reportórios de pensamento-...

Bullying

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Notícia da Lusa (segue-se nosso comentário) Violência escolar: Governo avança com a tipificação do bullying como crime O Governo vai avançar com a tipificação do bullying como crime no âmbito da violência escolar, acompanhando uma proposta da Procuradoria-Geral da República, disse à Lusa a ministra da Educação. Em declarações à entrada para a Comissão de Educação da Assembleia da República, onde está hoje à tarde a ser ouvida, Isabel Alçada anunciou que os ministérios da Educação e da Justiça têm vindo a trabalhar nesse sentido. "Há vantagem em tipificar e vamos acompanhar essa proposta do Procurador-Geral da República e propor ao Conselho de Ministros", disse à agência Lusa Isabel Alçada. Questionada sobre se o mesmo documento também vai definir as agressões a professores como crime público, Isabel Alçada afirmou que esse já é "o ponto de vista" da tutela. "Temos feito várias consultas e os juristas tendem, de uma maneira geral, a considerar que se trat...

Divor amigo

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Peço-te desculpa Divor. És o cão mais bonito e simpático que já tive. Tu e o Chaparro, que Deus já lá tem. Peço-te desculpa por te ligar tão pouco. Tu merecias mais da minha parte. Tens uns olhos nobres. Calmos. Tu és tranquilo. Como é que eu não tenho tempo para ti? Porque é que ninguém te liga? Porque és tão mal amado? Sinto uma pena imensa. Sinto que poderias ser mais feliz. Gostava de ser o dono que tu sonhavas. O dono que sonhavas que irias ter quando pequeno chegaste no dia dos meus anos. O tempo foi passando. E eu sem dar por isso. Ainda me lembro quando estava contigo de me ires tocar com o focinho na porta por fora, pelo jardim, nessa altura já eu tão distraído de ti e mais preocupado em tantas outras coisas. Em estudar sobretudo. Mas era mais não ter tempo interior para ti. Porque se estivesse feliz com a vida teria tempo para apreciar-te e para brincar contigo. Quem não é feliz não é sensível à ternura dum cão que lhe batevà porta. Quem vive ansioso nas afliçõ...

Once I had a farm in Alentejo!

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Hoje sentado à varanda e olhando o horizonte que se estendia à minha frente a perder de vista pude sentir que para ser verdadeiramente feliz não precisaria de muito. Bastaria - e aqui o bastaria é uma palavra que reveste algum engano - uma paisagem assim, esta extensão de terra a perder de vista, uniforme de azinheiras e sobreiros, um céu assim a arroxear e tantos passarinhos a voar, num chilrrear intenso, vibrante. Como não sentir a alma cheia, e como não ser sensível a esse extraordinário cenário de uma tarde destas? Não resisti. Pousei o livro na cadeira e fui ter com a manada de cavalos. O pasto de um verde intenso, um pasto cheio de força e vigor. E uma manada de cavalos lindos. Como não podiam ser estes cavalos cavalos calmos e fortes? "Devem ser cavalos felizes", disse para o meu amigo Ricardo que chamei. Fomos depois até junto da barragem. A lua cheia. Mama! "Once I had a farm in Africa". Um passeio a cavalo. Um cavalo como o Pagão. A fazer aquela pass...