"O Fundamento da Moral e a Nova Encíclica" *
...
Paul Ricoeur - a articulação da universalidade da lei e da particularidade da acção concreta é tarefa da sabedoria prática...
...
O problema ético apresenta-se como o da hierarquização dos fins...
...
As finalidades encaixam-se como bonecas russas, de tal modo que são as finalidades mais envolventes que fornecem o sentido ético primordial. É ético todo o agir que realiza o eu na linha das suas possibilidades mais autênticas...
...
Tu - não faças ao outro o que não gostarias que ele te fizesse. Acrescenta-se portanto uma nova versão do imperativo ético: a tarefa de realização do eu não pode efectuar-se com prejuízo do outro...
...
O terceiro momento da fundamentação ética alarga as perspectivas dos dois primeiros para incorporar a presença de todos os "outros" que nunca poderemos conhecer ou com os quais nunca poderemos tecer ligações pessoais de amizade (Justiça)...
...
O primeiro momento apresentou-se como exigência; o segundo como imperativo; o terceiro como virtude...
...
Se o crente não quiser ser um homem "com gavetas mentais", vivendo de modo esquizofrénico as várias dimensões da existência, é necessário que coloque a questão da relação entre a sua vida de fé e a sua vida moral...
...
Haveria um abuso, que a Encíclica não comete, se, a partir da atitude da fé, se pretendesse que só o crente pode ser um ser moral e que, fora da fé cristã, não há senão inconsistência ética...
* selecção de trechos de O Fundamento da Moral e a Nova Encíclica, Michel Renaud, Brotéria 2 Vol. 138
Comentários