Estávamos no ano do Senhor de 1325. Por entre o calor da campina, a modos de promessa, por entre um séquito silencioso, avançava curvada e incógnita Isabel de Aragão, a Rainha. Seu marido, velho e agastado pelas longas guerras com os seus dois filhos Afonsos, morrera nesse Inverno. Entristecida pela morte de D. Dinis, a quem se devotara desde praticamente a sua infância, Isabel partia em peregrinação ao túmulo do Apóstolo, em Santiago de Compostela. O amor de mulher e rainha levava-a a carregar no coração o peso de uma vida, a dum homem de acção, generoso e enérgico, mas tantas vezes desviado pela intrepidez e o sobressalto, a ponto de poderem fazer dele um homem vingativo. Por isso, como consorte do Reino de Portugal e do Algarve, era importante ir rezar ao túmulo do Apóstolo, encomendando a alma de seu marido, o falecido Rei. O amor ao seu Senhor de sempre, Àquele que transcende a morte, superior a todos os príncipes e potestades, levá-la-ia a se prostrar em adoração, a pedir
Uma das coisas que mais me impressionou nesta última semana foi o testemunho duma amiga minha: sabendo que era desejo do Papa que nas JMJ houvesse representantes de todos os países do Mundo e que se estava a ter dificuldades com encontrar representantes das Maldivas, a Catarina "pôs-se em campo" e falou com o seu irmão, que é diplomata em Havana para ver se ele poderia ajudar. O seu irmão não é católico e disse à irmã para ela não vir com as suas "beatices", mas a Catarina não se deixou demover e ripostou-lhe que o Papa estava a contar com ele. Parece que o irmão terá ido depois falar com a Embaixada do Sri Lanka (país vizinho das Maldivas) e que se terá mobilizado depois, tanto é que um grupo hoteleiro local financiou a vinda de vários jovens a Lisboa! Já temos então pessoas das Maldivas! Quem é que nos dizia que nos nossos gestos não contam?! Esperamos que estas coisas partam sempre de alguém, do "chefe", "de quem manda", mas a Catarina achou q
Recentemente comecei a ler um livro que a bem dizer estou a "devorar": " A Arte de viver em Deus - a imaginação para elevar o real " (Paulinas, 2021) de Timothy Radcliffe, op. É um livro que me tem feito muito bem - e eu preciso muito destes livros espirituais... Neste livro, Timothy Radcliffe (autor que conheço desde há muitos anos, o primeiro livro dele comprei-o creio que em Paris em 2001 e intitula-se "Je vous appelle amis"), nota-se uma pessoa muito lida e que consegue cruzar múltiplas experiências, leituras, filmes, músicas, encontros, etc e dar um sentido rico a tudo isso. Apetece voltar a ler desde o princípio. É algo que eu por vezes faço: quando gosto muito duma coisa, volto a repetir desde o princípio. Este livro é de uma grande frescura, aliás é uma pedra de toque deste dominicano, um bem-disposto frade, o que será quiçá tributário dessa cultura britânica que não dispensa o bom-humor (pena é que muitos deles se tenham feito protestante
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