O filósofo Josep Maria Esquirol pode não ser o melhor dos oradores, mas a reflexão que tem vindo a fazer é um convite irrecusável que nos faz a leituras proveitosas de reencontro connosco e a afinar as nossas cordas interiores. "Resistência Íntima - Ensaio de uma Filosofia de Proximidade", é um percurso pela condição humana de pequenas verticalidades num espaço horizontal, i.e., existir é para Esquirol um acto de transgressão contra a desagregação que nos leva, com o tempo, ao normal da horizontalidade. Segundo o autor " a ideia de resistência permite desenvolver uma reflexão num duplo registo que se pode entrelaçar. Por um lado, uma filosofia da proximidade que centra a atenção no outro - o amigo, o companheiro, o filho -, no ar que se respira, no trabalho, no quotidiano..., bem como nas articulações do si-mesmo (memória, sentimento, esperança...). Capas de intimidade, articulações complexas e variáveis que são abrigo íntimo, resistência íntima; uma resistência que disp...
Estávamos no ano do Senhor de 1325. Por entre o calor da campina, a modos de promessa, por entre um séquito silencioso, avançava curvada e incógnita Isabel de Aragão, a Rainha. Seu marido, velho e agastado pelas longas guerras com os seus dois filhos Afonsos, morrera nesse Inverno. Entristecida pela morte de D. Dinis, a quem se devotara desde praticamente a sua infância, Isabel partia em peregrinação ao túmulo do Apóstolo, em Santiago de Compostela. O amor de mulher e rainha levava-a a carregar no coração o peso de uma vida, a dum homem de acção, generoso e enérgico, mas tantas vezes desviado pela intrepidez e o sobressalto, a ponto de poderem fazer dele um homem vingativo. Por isso, como consorte do Reino de Portugal e do Algarve, era importante ir rezar ao túmulo do Apóstolo, encomendando a alma de seu marido, o falecido Rei. O amor ao seu Senhor de sempre, Àquele que transcende a morte, superior a todos os príncipes e potestades, levá-la-ia a se prost...
Com passo apressado fecho a porta do escritório, saio para a rua e passados 20 minutos avio a minha mochila com o essencial para uma noite fora de casa. Destino: Castelo Branco. Meio de transporte: combóio regional da CP, com saída marcada para as 4 da tarde em Santa Apolónia. Véspera de 3.ª feira de Carnaval, dia de trabalho, alguns telefonemas pelo caminho. Uma viagem um tanto ou quanto longa, sobretudo porque uma grande parte dela já de noite. Chego a Castelo Branco pelas 20h00, ando uns 10 minutos e estou no Largo da Devesa, uma das principais praças da cidade. Sem bateria no telemóvel, vou jantar com o principal propósito de recarregar o aparelho, o que me permitirá ver os códigos da porta de entrada do AL e, assim, dormir debaixo dum tecto. Mas o jantar revela-se extraordinário: um óptimo caldo verde, seguido de ovos rotos com cogumelos e 6 croquetes de alheira. Dois copos de vinho serrano, uma maravilha. Foi um bom começo esse, no "Ponto Wine Garrafeira"! Sorria-me a s...
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