Frescos

Terminou há dois dias uma série que passou na RTP, inspirada na Guerra e Paz de Leo Tolstoi. Feita pela BBC, divide-se em 6 episódios. Uma história bem contada, com uma clivagem talvez maniqueísta entre bons e maus - mas, por isso também interessante, porque cheia de contrastes e que em todo o caso seria provavelmente difícil de quebrar numa série - mas em que o principal é transmitido, isto é, a redenção que nos surge muito pela depuração de si próprio, pelo grande instrumento do sofrimento e do tempo. O nome não podia ser mais indicado: é guerra e paz no mundo material, a alternância entre estabilidade e instabilidade no período conturbado das Invasões Francesas; mas são sobretudo os tormentos do coração e as grandes paixões da alma que dão continuidade e que, sob o cenário dos encontros ou desencontros que o movimento das tropas vai potenciando, vão tecendo a história e as suas personagens. Agora só falta ler os vários volumes!

Não há muito tempo li o Leopardo de Giuseppe di Lampedusa. É uma escrita tão boa. Um fresco tão extraordinário duma época... E eu estive lá, estive na casa onde ele escreveu o livro e que a mulher do seu filho adoptivo gere para receber turistas. Depois de ter estado na Sicília, de andar por aquelas ruas de Palermo, é mesmo necessário ler aquele livro. 
O que apetecia mesmo é conseguir escrever um livro tão bom assim sobre alguma personagem que se cruzasse com a nossa história. Já muito tenho pensado que a Marquesa de Cadaval daria um livro fabuloso, mas teria que ser escrito por alguém de grande talento.





      

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