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A mostrar mensagens de julho, 2025

Jugglers

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Na 2.ª feira fui almoçar a casa de Alice Wohl, a Colares. Norte-americana, com uma larga carreira dedicada à história de arte, é uma pessoa que sempre me acolhe bem. Pediu-me para lhe falar do livro que tenho estado a escrever. Contei-lhe que começa em Londres, na National Gallery, com o quadro de Hans-Holbein "The Ambassadors" e que todo o tema do livro se foca no que dá vida e no que a mata. A personagem principal é um advogado, Frederico Pery. Vai lidar com uma questão muito relevante que é a depressão de advogados perto dele. Na história, a figura de Abraham Lincoln aparece a aconselhar Tom Sawyer. Curioso, hem?! O que é que dá vida - e o que é que a tira? Para que serve um advogado? Daremos vida?  O livro aborda Kafka e outros e como a literatura é importante para que consigamos perceber, através de histórias, o "drama" em que se passam as nossa vidas. O advogado serve para quê? Servirá para proteger o seu cliente do mau tempo.  Alice Wohl enviou-me um ...

"Deixa de sofrer"

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A história dum rapazinho irlandês inteligentíssimo (um tanto ou quanto asperger porém), cuja mãe atleta morrera a nadar numa piscina e que ele quer voltar a trazer à vida. Um casal desencantado, ela professora, uma mulher sensível. E como um projecto comunitário de construir um barco os põe no mesmo caminho, numa oficina de carpintaria na escola.  A Irlanda, país que conheci em dois Verões da minha juventude e onde fiz canoagem. O livro trouxe-me lembranças desse tempo em que nos aventurámos em "ponds" e "rivers", molhando-nos pelo menos até à altura da cintura, de sapatos de ténis enfiados em canoas. O livro tece um enredo em que se sente o pulsar das relações humanas, na sua complexidade, mas onde é possível ainda acreditar que pode haver proximidade e intimidade. Sempre presente está o que são as nossas ânsias e o sofrimento que cada um guarda. Quase se poderia dizer que as personagens se conhecem pelo seu sofrimento. Quando constroem o barco, de forma comunitári...

Promessas goradas

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Um pobre mecânico que vive num abarracado no Cercal do Alentejo, que nem água terá, cruza-se nas redes sociais com uma linda jovem americana, que pouco tempo depois promete vir ter com ele. O homem, que vive só e é triste, envia-lhe dinheiro, todo o pouco que tem para a ajudar nos custos da viagem.. Uma senhora, também do Cercal do Alentejo, assomada por dúvidas quanto ao que fazer na sua vida financeira pois a reforma é pouca e já não conseguem por razões de saúde trabalhar a terra, deposita uma pergunta nos comentário abertos de uma astróloga que costuma falar na televisão. A partir daí um diálogo se inicia, que se segue para uma série de rituais de magia, com indicações precisas e montantes a pagamento prescritos.  O mecânico no dia em que se senta no café da aldeia antes de ir buscar a sua amada ao aeroporto de Lisboa, com taxi à porta do café, mostra a fotografia da beldade: a rapariga não é mais do que um rosto produzido em IA - quem o diz é uma jovem, que bem sabe o que diz....