Assim em Nápoles como no Céu

Da Rua de S. Bento, passando a curva do Parlamento, a Lisboa suja e bonita, a Nápoles grande e velha, o Porto de Lisboa, os cruzeiros que atracam e o estrangeiro que passa, rumo a essa cidade ponto de passagem, de negócios napolitanos e impérios ruidosos que marcham sob a Pax Caesar: estou em Nápoles. Nesta cidade de cheiros a frituras e gordura, cheia de "ordure", não se percebe se é desleixo, mas o lixo varre as portas das casas.
Mas nessas colinas, nessas rampas inclinadas, um lindíssimo palácio ocre confunde-nos a vista e recorda-nos outros tempos, em que se usava comerciar tabacos e café.
E uma certa bandeira italiana, que cruzei, ali na Rua do Salitre - que nome melhor haverá do que rua do Salitre?, é mesmo um nome bonito - confundiu-me mesmo, ou disse-me antes que o sonho que tivera fora verdade. Na memória, na subida, Sérgio Varella-Cid, talvez aquela casa nobre, bem estragada pelo tempo, a ruidora do tempo, que tem feito desta cidade, impregnada dessa gordura e do meu suor neste dia de calor, uma urgência pelo duche, por chegar e tomar um duche.
Palmilhando estive pois nesse gostoso apetite por deambular, vendo e olhando.
Vi napolitanos. Sim.
E agora escuto, na televisão um incrível balet, meu Deus, porque fizeste da raça negra um povo proscrito? Falámos já dos judeus. Mas haverá povo mais proscrito que o povo negro a quem se colou a ignomínia da escravidão? Preciso dum novo olhar.

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