Jorge Silva Melo e Lisboa. Aprende-se a mudar até morrer!

Jorge Silva Melo é um homem de quem eu gosto. É uma pessoa honesta, interessante, que diz o que pensa. Não alimenta ódios. 
Não tem uma coisa que me irrita em muitas pessoas de esquerda que é acharem-se detentores da verdade e, mais do que isso, terem um discurso arregimentado. Encontro esse discurso muito arregimentado no "mon ami" Soares. O velho Soares sempre se achou com direito de discutir quem são os bons e quem são os maus, quem os que se deve amar e quem se deve despeitar. Ouvi-o hoje numa entrevista na Antena2. É uma pessoa com uma memória prodigiosa. É um tipo agradável, simpático, um bom conversador, parece muito humano. Não o conheço muito bem, mas gosto dele. Hoje dizia na entrevista que deu, que a sua Lisboa encolheu. Ter-se-á tornado a cidade menos interessante?!
No outro dia falava eu com umas turistas belgas e lhes dizia que, para mim, a cidade de Évora é a cidade mais bonita de Portugal... depois reflecti cá para mim... será mesmo?! Seria eu capaz de oferecer Lisboa por Évora?!? Seria?!? 
Chegar a Lisboa. Andar por Lisboa. O Chiado e aquela luz extraordinária do alto de Sta. Catarina no Adamastor, com aquela animação toda sobranceira ao Tejo. Não me chateio num dia bonito em Lisboa. Subo o Chiado, atravesso para o Rossio, entro em lojas e, se o tempo do relógio permite, dou mesmo um salto a Alfama. 
No outro dia, descia a Rua de D. Pedro V e é de ficar de "queixos caídos" a vista a partir do Jardim de S. Pedro de Alcântara: uma cidade antiga, modelada no relevo, com belos edifícios, com monumentos medievais como a Sé, aqui e ali uma ousadia tropical como uma palmeira, recortada na paisagem, onde o Tejo surge levemente, sem se impor.
Sempre para mim Sintra. Quase uma traição não ser Sintra. Mas os gostos não se excluem. Essa é uma grande verdade: não gostamos de uma coisa em oposição a outra. Não temos que eleger de acordo com uma hierarquia.
Mudamos sempre. Tempos houve em que Jorge Silva Melo para mim era um homem onde nunca seria capaz de me reconhecer. Lisboa: se algum dia me dissessem que poderia dela gostar, não acreditaria.



   

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