Por Londres

Estive uns dias por Londres recentemente.

O fito principal desta viagem era fazer algumas pesquisas para o livro que tenho andado a escrever, uma pequena obra de ficção, que tem o seu início justamente em Londres.

O livro começa com um percurso pelo St James Park, rumo à National Gallery. Aí, um cortador-de-relva remete a personagem principal do livro para a sua infância na Serra da Arrábida, onde um conjunto de miúdos se deitavam à volta duma piscina, num relvado.

Ora os meus dias por esta cidade começaram justamente pela National Gallery, local onde haverá uma conversa frente a um intrigante quadro de Hans Holbein, os "Embaixadores". Surpreendido por ser gratuita a entrada no museu, lá me desloquei até ao famoso quadro e assisti a explicações sobre o quadro e aprendi novos ângulos sobre os quais o quadro pode ser analisado. O problema da consciência, da escolha entre o bem e o mal, por exemplo. O tema central do quadro é o cisma que Henrique VIII cria em relação à Igreja Católica, uma brecha que até hoje não se fechou. Na mesma sala um outro quadro de Holbein, representando Erasmo de Roterdão (várias vezes pintado por ele).

O interessante de se ir aos locais é poder conhecer de perto aquilo sobre o que se está a escrever e ver se é verosímil, mas também pensar em novas ligações, de forma a urdir da melhor forma a trama narrativa. Há insights que temos só por estarmos nos locais sobre os quais pensámos. Um exemplo disso é que fui a um outro sítio nestes dias, o Lincoln Inn's, um dos 4 Inn onde os advogados se podem inscrever (é uma matéria importantíssima para o livro) Já havia escrito sobre o mesmo e achei tão interessante perceber como funcionava e como uma pessoa se sentia por lá que foi mesmo bom poder conhecê-lo - e tive a sorte de ser pela mão do Sr. Joaquim Guerreiro, manager deste Lincoln Inn's. E descobri que um quadro de Hans Holbein está também lá: um retrato do grande Thomas Morus. Ora isto pode permitir fazer ligações interessantes. Ou seja, no Lincoln Inn terei que falar de Thomas Morus, ele que foi um advogado aí inscrito.

Uma das coisas que mais me marcou foi a qualidade dos parques londrinos e estava justamente ao lado dum deles: Kensigton Gardens. É uma extensão enormíssima, onde se ligam vários parques: St. James Park, Hyde Park, Green Park, Kensigton Gardens. São parques muito bonitos, com árvores frondosas, com lagos cheios de patos, cisnes, gansos e muita gente a passear, correr, com crianças, cães e bastante alegria. Temos assim uma cidade que não se esquece da natureza!

Outro dos pontos altos foi a minha ida a Wimbledon, assunto que faz parte do livro. Logo à entrada temos a estátua do seu homónimo, personagem principal do meu livro!

Tudo isto fez avançar o livro, cuja escrita planeio que termine em breve.



 

 

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