Javier dos vinhos Osborne

Javier Ortilla nascera rodeado de fanáticos pelo mundo dos touros. Amigos de sempre da família, os Domecq, de Jerez de La Frontera, eram talvez os mais conhecidos representantes desta cultura toda ela virada para o amor ao campo. Católicos vibrantes e afirmativos, reconheciam-se nessa vida apaixonada que não escondia nunca nem Deus, nem os valores cristãos, pelos respeitos deste mundo, e ainda via na sociabilidade uma fonte de salutar convivência e de alegres dias e ... noites!
Nunca tendo sido um aluno brilhante, Javier era sobretudo um galante. Tinha sido sempre pelo seu charme que conseguira vingar na vida. Quando acabara os estudos em Gestão na Universidade de Sevilha, entrara como comercial na Osborne, empresa do Cherry ou Xerez, dependendo de ser um inglês ou um espanhol a falar. Com a facilidade que tinha em fazer novos amigos e em estabelecer bons contacto, subira rapidamente na empresa e tornara-se o seu Director Comercial. A Osborne era uma empresa familiar dominada pela referida familia Domecq e apenas com pequenas participações de outros que não a família, e era a principal casa de produção desse licor afamado. Na última reunião da empresa, Miguel Ortiz, o Administrador-Delegado havia apontado como caminho a expansão do negocio para a China, um mercado florescente. Javier porém transmitira a ideia de que deveriam ser antes os mercados tradicionais aqueles onde se deviam concentrar. E apostaria sobretudo no mercado europeu, a Inglaterra e os países escandinavos e faria uma aposta mais forte nos Estados Unidos, explorando a ligação histórica com a Espanha em sítios como a Flórida, a Louisina e, sobretudo, a Califórnia. Uma discussão centrara-se então nessa reunião: como promover a exportação para esses países quando o Euro está muito forte e não consegue competir com a Libra ou o Dólar, por exemplo? Por outro lado, na Escandinávia, onde o Estado domina o mercado de distribuição, pouco mais havia a fazer.
Javier não gostava de touros mas estava habituado a lidar os touros pelos cornos. Que Europa esta em que não conseguimos vender para fora do espaço Euro? Não seria concerteza esta uma fatalidade. Ficara com um amargo de boca, mas o assunto ficara a moer o assunto.
  

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