Este é um país para velhos... mas não nas Caldas!

Ter visão na política é uma coisa essencial e um politico deve primeiro de tudo olhar para a realidade que o circunda para a interpelar. Para onde deveremos ir? O que faz falta a esta comunidade?

Há cerca de 3/4 anos, conheci na Alemanha, mais concretamente em Estugarda, o antigo burgomestre desta importante cidade industrial do sul deste rico país, Wolfgang Schuster. 

Falámos um bom bocado, tentámos perceber as diferenças entre a Alemanha e Portugal. Embora possa parecer estranho chegámos à conclusão que cá vigora uma cultura mais "top-down", enquanto que a inovação deve acontecer de forma horizontal.

Aquela ideia que está enraizada de que não se pode, nem deve, fazer demais, ser notado, mas que o ideal é não "levantar" muitas ondas, deu políticos cá em Portugal como Fernando Seara em Sintra, que optou por deixar as coisas paradas. Ora, precisaríamos de pessoas dinâmicas, que tivessem a capacidade de mobilizar as pessoas, de encontrar objectivos.

Na Alemanha, em Estugarda, Schuster tentou fazer com que a sua cidade fosse a cidade da Alemanha mais amiga das crianças. E tentou que todos os departamentos do governo local acarinhassem a ideia, fazendo com que houvesse embaixadores do projecto em cada departamento. Creio que a capacidade de organização dos alemães foi de molde a conseguir fazê-lo de forma eficaz pois as pessoas abraçaram o projecto e acolheram-no.

Em Portugal, onde se fala duma das taxas de natalidade mais baixas da Europa (à semelhança aliás do que se passa na Alemanha), quem conseguisse fazer o que Schuster fez na Alemanha, teria uma oportunidade de marcar de forma positiva e ser pioneiro. 

Há vilas e cidades em Portugal que teriam muito a ganhar com um projecto assim. Pense-se por exemplo nas Caldas da Rainha, uma cidade viva e cheia de actividade, onde - estranhe-se - se vê muitas e muitas crianças na rua. Parece quase um outro país.

Quem não conhece as Caldas da Rainha, vá um dia ao seu centro num fim-de-semana e passeie-se pelo Parque D. Carlos I. Vai ver um parque cheio, com pessoas de todas as idades - sinal dum vitalismo que ainda aí se encontra. Também o comércio está vivo, há muitas lojas de rua, para já não falar do mercado da fruta, um mercado que está aberto todos os dias da semana.

Cidades como as Caldas da Rainha, a uma distância curta de Lisboa, têm tudo: qualidade de vida, pois pode-se viver bem e com menos dinheiro do que na capital (é muito mais fácil encontrar casa); tem excelentes escolas, os jovens podem fazer desporto, existe todo um ecossistema de empresas que aceitam jovens em início de carreira - e muitas pessoas são free-lancers, com sucesso. Creio que será um bom local para "montar" família e pelos vistos é, porque na realidade vê-se muitas jovens famílias pelas Caldas.

O que era interessante era pensar-se mesmo quais são as condições para que as Caldas, como outros locais possam ser melhores ainda. 





Comentários

Mensagens populares deste blogue

Uma rainha em peregrinação

JMJ, começa agora!!!

A imaginação cristã para elevar o real