Não estamos autorizados a dar-lhe essa informação

Joseph K. foi certamente vítima de alguma calúnia, pois, numa bela manhã, sem ter feito nada de mal, foi detido.

(...)

No mesmo momento, alguém bateu à porta e um homem que ele nunca antes vira naquela casa entrou no seu quarto.

(...)

Não - o Senhor não pode sair, o Senhor está preso.

É o que parece - observou K. - E porquê, pode-se saber? - Perguntou ainda.

- Não estamos autorizados a dar-lhe essa informação. Vá para o seu quarto e aguarde. Foi-lhe instaurado um processo e, no momento próprio, será informado do resto.

K. pouco se importou com aquele conselho, o que o preocupava realmente não era o direito que talvez ainda possuísse de dispor sobre as suas coisas, mas sim conseguir perceber o que se passava naquela casa.

in, "O Processo", de Franz Kafka





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