Tia Maria José, nos seus 80 anos



Temos uma família alargada numerosa. A tia Maria José, casada com o tio Thomaz, o irmão mais velho dos filhos da avó Mi e do avô Augusto e meu padrinho é um elemento muitíssimo importante e de quem todos gostam imenso. Faz parte da nossa vida, habituámo-nos a contar com a sua presença desde novos e posso dizer que ela sempre acrescentou.

É uma pessoa muito completa. Muito atenta aos outros, exerce como poucos a capacidade de escutar e interessa-se genuinamente pela vida das outras pessoas. É essa uma das qualidades que mais admiro na tia Maria José. Quando estamos há mais tempo sem nos vermos e nos encontramos, tenta saber de nós - e sentimos que não se trata apenas de perguntas de circunstância.

Certas vezes, tenho tido a sorte de ir jantar a casa dos tios a Santa Isabel, onde a tia promove jantares com sobrinhos, nomeadamente aqueles (muitos) afilhados dos tios.

É uma pessoa que reúne os outros à sua volta, que sabe unir. Não conheço ninguém que não goste dela. Tem sempre uma palavra simpática, uma atenção especial. Em alguns anos que já levo, não me lembro duma única vez que os tios não me tenham ligado nos anos para me dar parabéns e não tenho dúvidas que terá sido a tia Maria José que o lembrou..., sem qualquer desprimor para o tio Thomaz que tem sido um tio e padrinho espectaculares! 

Tem um sentido enorme de família e é óptima mulher, mãe, avó, tia.
Todos também sabemos que por detrás da pessoa incansável em promover tudo ao máximo (sobretudo os outros e que eles estejam bem), está um enorme e generoso coração. É de lágrima fácil, uma pessoa que se emociona, o que faz com que todos saibamos que nos ligam fortíssimos laços e que podemos contar com esta queridíssima tia como uma verdadeira amiga.

Passámos muitos Verões, Natais, Páscoas e fins-de-semana juntos no Tojal. Sempre vimo-la ocupada. Desde a limpar a gaiola dos canários no Verão, a tirar retratos em todas as festas (acumula um acervo que dava para um museu), a ajudar nalguma coisa, ou naquilo que ela sempre soube fazer como ninguém: a perguntar pelos outros e a apoiar. Lembro-me do apoio que sempre deu à avó Mi e ao avô Augusto e a amizade que havia entre eles. A cuidar do canário e a cuidar dos outros. Ocupada, bem ocupada. A minha mãe conta que quando chegou ao Brasil, sem ninguém, foi a tia Maria José quem a ajudou. Ocupada sobretudo a cuidar dos outros. Mas no caso da tia poderíamos dizer que não se aplica aquela observação de Jesus: «Marta, Marta, andas muito inquieta e preocupas-te com muitas coisas; no entanto, uma só é necessária; Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada.» Não é o activismo puro, mas o fazer pelos outros com sentido profundo de serviço, de entrega. Às vezes pode ser cansativo e à sua volta há quem diga que tem que ter cuidado também consigo própria!

Todos os anos a tia dá-nos pelo Natal mel e/ou geleia de marmelo de S. Sebastião, nuns frasquinhos feitos com imenso amor. É uma das pessoas mais amorosas que conheço e por isso agradeço muito por esta tia tão querida que tenho!

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