Interlúdios

Uma semana na neve, em França.
Um senhor, Miguel Van Uden de seu nome.
Uma conversa interessante no aeroporto com ele e a sua Mulher.
Um País em que estamos todos descrentes.
Na vida não há nada mais importante que as convicções que temos, os valores que temos.
Fazer com que a nossa vida seja uma vida cheia, interessante.
Falámos de viagens. Falámos de África. Do Botswana.
A separação entre Estado e Igreja. A diferença que há entre os países ocidentais e os países islâmicos: porque é que estamos tão longe uns dos outros? O Magrebe: tão longe e tão distante.
No Islão não há separação Estado/Igreja.
Na Europa um grande surto de desenvolvimento cultural foi proporcionado pela Reforma Protestante: todos deveriam ler a Bíblia, deixava de haver a intermediação dos padres. As taxas de literacia aumentaram muitíssimo. Há exactamente 100 anos, em Portugal tinhamos 75% de pessoas iletradas.
Lembro-me de ler o livro de David Hume “Carta sobre a Tolerância”: não podemos controlar as consciências. O Estado não deve impôr uma religião. Na Holanda do século XVII, enquanto em França havia terríveis guerras religiosas, vivia-se em paz.
Penso que a separação Estado/Igreja foi um passo civilizacional importante. Jesus disse: “a César o que é de César, a Deus o que é de Deus”.
Voltando à questão que iniciou este pequeno texto, vejo-me hoje a regressar ao problema dos valores e a pensar, uma vez mais, que tudo é tão mais simples e menos descomplicado do que por vezes quisemos crer. A prática do bem viver, uma prática difícil na agitação do homem numa sociedade exigente e dura, remete-nos para um bem-estar interior, uma paz de espírito que vai de par com uma paz de consciência. Saber rir, tirar prazer do que nos rodeia, enfim continuar a viver com a alegria de outros tempos em que sabiamos estar. Pressas, ambições desmedidas, um querer ansioso; em contrapartida uma sabedoria de vida que não esquece o esforço, a entrega, a dedicação, mas que vê nas coisas um sentido.
Um congresso do PSD.
Gente agitada.
Algumas palavras e declarações convincentes.
Mas também, na minha opinião, a falta de alguém que nos pegue e entusiasme. Pela sua verdade, pela sua transparência, pela sua abertura. Alguém que nos surpreenda, que seja uma “pedrada no charco”. Não sei se será assim o Rangel. É um homem feio, com uma voz terrível. Cansativo. Precisávamos de um Kennedy. Nunca houve talvez o Kennedy português: um homem inspirador, jovem, inteligente, voluntarioso. Culto. Com estilo. Soares não o foi, embora o seu carisma seja inegável. Sá Carneiro?
Enfim, horas para continuar a trabalhar…

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