Um dia estranho
Faz agora três anos creio, peguei em mim e fui. Fui para o fora, para os campos doirados. Meti-me num combóio, vi o desfilar das paisagens, fiz-me testemunha de conversas dum grupo, de coisas importantes, de como viver em conjunto, fazer planos. Encontrei-me ainda cara-a-cara com outras pessoas, pessoas generosas que se fizeram presença: Ema, professora universitária; José, ex-paraquedista. Percorri um espaço de paz nesse Convento da Flor da Rosa e aí soltei um pássaro que estava aprisionado numa torre, sem conseguir sair em liberdade. Com coragem, peguei-o com as minhas mãos e pu-lo a voar. Nas minhas mãos, que o prenderam para o soltar, colaram-se penas, algumas penas do aflito animal. Trovejou, choveu - o dia estava estranho. Foi boa a conversa com o José, apesar do cansaço para as despesas da mesma; falou-me dos seus amigos, de gente importante do direito e da economia. Falou-me das suas imperfeições, afinal das imperfeições dos hom