Menina à beira-mar

Gosto de andar assim descalça pela beira-mar ao chegar à praia - a areia molhada e o vento a bater-me na cara, ainda é de manhãzinha. Está tudo calmo, apenas se ouvem mais algumas crianças a brincarem junto à espuma. Lá ao fundo, vejo uma veleiro, de velas brancas desfraldadas. Tenho 8 anos, chamo-me Leonor, o meu pai chama-se António e a minha mãe Lúcia.

Vivemos em Sevilha, temos uma linda casa, com um jardim de buchos, com 3 pavões para efeito e graça que se passeiam por lá e canteiros de rosas, cuidadosamente tratadas. Antes de virmos para cá, mesmo antes das férias começarem, passámos ao andar de baixo: um pátio enorme ao centro com uma fonte e onde é tudo mais fresquinho. Adoro aquele som da água a sair da fonte e adormeço muitas vezes enquanto escuto essa agradável música. 

O meu pai é muito querido e gosta de coleccionar arte na nossa casa - da última vez que comprou um quadro perguntou-me se eu achava bonito. O andar de cima da nossa casa em Sevilha, onde estamos durante quase a maior parte do ano, tem nas paredes uma fiada grande de azulejos e, por cima, penduram-se quadros. Há quadros muito antigos, que já vieram dos meus antepassados, com cenas de batalhas de navios e rostos de pessoas sérias. O meu pai acrescentou alguns quadros, sobretudo dum pintor que se chama Sorolla, de quem é muito amigo e que passa também férias em Cádis.

Em Sevilha faz agora muito calor e é tão bom estarmos assim em Cádis, junto ao mar. De manhã estamos na praia, mas vamos almoçar a casa e depois, da parte da tarde, ficamos pelo jardim a jogar e a brincar. Para a semana vamos visitar Ronda, que fica mesmo no topo dum alto monte solitário!




 


 

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